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Advisor(s)
Abstract(s)
Está descrito que a frequência de desnutrição associada à doença (DAD) afecta cerca
de 30 a 60% dos doentes no momento da admissão hospitalar e cerca de 10% dos
indivíduos na comunidade. A DAD tem vindo a ser associada a graves consequências,
como ao maior risco de infecções e de disfunção de órgãos e a um aumento significativo,
não só da morbilidade e mortalidade, como da frequência e dos custos com os
cuidados de saúde. A falta do reconhecimento e da monitorização dos aspectos relacionados
com o estado nutricional, têm sido apontados como factores que contribuem
para o aumento da frequência de DAD, durante o internamento hospitalar. Foi objectivo
deste estudo avaliar a relevância que é dada a aspectos relacionados com o estado
nutricional dos doentes (peso, ingestão alimentar) e saber se os doentes em risco
nutricional ou desnutridos serão alvo de maior atenção por parte dos profissionais de
saúde.
Foi recolhida uma amostra sistemática de seis hospitais portugueses, correspondente
a 42-50% do total de camas de cada serviço de internamento. Foram critérios de exclusão
a doença crítica, a gravidez, a idade inferior a 18 anos, a incapacidade de aplicação
do protocolo de rastreio nutricional e o tempo de internamento inferior a 24h. Recolheram-
se dados sócio-demográficos, antropométricos, sobre as menções dos processos
clínicos respeitantes ao peso, cuidados alimentares/nutricionais prestados e ingestão
alimentar/nutricional dos doentes e aplicou-se uma ferramenta de rastreio nutricional
(Nutritional Risk Screening 2002).
Em 1152 doentes estudados, a frequência de risco nutricional variou entre os 28,5% e
47,3%, enquanto que a frequência de desnutrição antropométrica oscilou entre 6,3% e
14,9%. Dois em cada três doentes tinha menções acerca de cuidados alimentares/
nutricionais prestados nos processos clínicos, mas apenas um em cada três tinha o
seu peso medido e registado. Os doentes desnutridos foram pesados com menor
frequência mas a sua alimentação e problemas a ela associados foram monitorizados
com maior regularidade.
A frequência de DAD, no momento de admissão hospitalar, é muito elevada, enquanto
que a de menções relevantes para o estado nutricional é muito escassa. A presente
investigação reforça a necessidade de investir na sensibilização dos profissionais de
saúde, sobre a importância do rastreio e da prescrição/monitorização da alimentação e
do peso dos doentes, na admissão e durante todo o internamento hospitalar.
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Centro Editor Livreiro da Ordem dos Médicos, Sociedade Unipessoal