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Authors
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Abstract(s)
A hipertensão arterial (HTA) na
criança tem uma prevalência estimada
entre 1% e 3%, embora seja com frequência
sub diagnosticada. A HTA secundária
é mais frequente na criança pré-adolescente
e a principal etiologia são as causas
renais. A HTA severa não tratada na criança
tem um risco elevado de morbilidade e
mortalidade. A prevalência da HTA severa
é mais baixa, cerca de 0,1%.
Os benefícios de diagnosticar e
identificar a HTA ligeira ou valores de
tensão arterial (TA) no limite superior do
normal são actualmente considerados
importantes, porque a predisposição para
a hipertensão essencial no adulto pode
iniciar-se na idade pediátrica. A HTA primária
ou essencial é mais frequente nos
adolescentes, está associada a múltiplos
factores de risco incluindo obesidade e
história familiar de hipertensão. Tem sido
verificada uma maior incidência da HTA
em idade pediátrica, devido ao aumento
da HTA primária ou essencial. Esta
hipertensão arterial está associada ao
excesso de peso e obesidade e a uma
complexa interacção de factores genéticos
e ambientais, sendo o seu rastreio de
extrema importância. A epidemia de obesidade
em pediatria, o risco de HTA e desenvolvimento
de hipertrofia ventricular
esquerda, a evidência do início precoce
da arteriosclerose na criança, implicam
uma detecção precoce e intervenção na
HTA na criança de modo a reduzir os riscos
a longo prazo.
Nos últimos anos a determinação
da TA tem sido colocada em evidência
como uma componente importante do
exame físico em pediatria, que conduz ao diagnóstico precoce de HTA na criança. A
HTA na fase inicial tem geralmente sido
considerada uma situação assintomática;
no entanto dados recentes demonstram
que muitas crianças com HTA têm evidência
de lesões de órgão alvo.
Na avaliação da criança com HTA, a
confirmação de TA persistentemente elevada
é da maior importância. A avaliação
inicia-se por uma história clínica bem detalhada
e orientada para os factores que
levam à HTA e um exame físico completo.
Depois uma investigação apropriada com
exames laboratoriais e estudos especializados,
que deve ter em atenção a idade
da criança e a severidade da HTA. A
investigação deve preocupar-se não só
com a etiologia da hipertensão, mas também
com os seus efeitos em órgãos alvo.
A HTA essencial do adulto inicia-se
na infância. A determinação adequada da
TA nas consultas pelo pediatra deve fazer
parte do exame. Quando descoberta HTA
deve ser investigada para ser adequadamente
tratada.
Todas as crianças com HTA confirmada
necessitam de uma vigilância prolongada.
O tratamento não farmacológico
inclui redução de peso, exercício e modificações na dieta. As recomendações
para o tratamento farmacológico são a
hipertensão sintomática, evidência de lesão
de órgão alvo, hipertensão no estádio
2, hipertensão no estádio 1 não controlada
com modificações do estilo de vida, e
hipertensão com diabetes mellitus.
A HTA e a obesidade são um problema
de saúde pública em todo o mundo.
Coincidente com o agravamento da epidemia
de obesidade, uma recente avaliação
indica que a incidência da TA nas
crianças de todas as raças tem aumentado
na última década(1). Vários estudos
demonstram que a lesão de órgão alvo está com frequência presente na criança
com HTA e no adulto jovem, incluindo aumento
da arteriosclerose, espessamento
da íntima da carótida, hipertrofia ventricular
esquerda, proteinúria e alteração
moderada da função cognitiva.
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Keywords
Citation
Nascer e Crescer 2007; 16(3): 158-167