Browsing by Author "Correia, Manuel"
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- Acidentes vasculares cerebrais e sintomas e sinais neurológicos focais transitórios – Registo prospectivo na comunidadePublication . Correia, ManuelIntrodução - As estatísticas oficiais mostram que Portugal tem a mais elevada taxa de mortalidade por acidente vascular cerebral (AVC) de entre os países da Europa Ocidental. Não existem dados sobre a incidência de AVC na Região Norte do país, região com a mais elevada taxa de mortalidade, assim como não existem em Portugal estudos de incidência de acidentes isquémicos transitórios (AIT) de base populacional. Para se determinar com exactidão a incidência de AVC e de AIT é necessária uma detecção exaustiva de todos os doentes com manifestações clínicas susceptíveis de serem diagnosticadas como AVC ou AIT. Neste sentido o estudo deve ser abrangente, procurando definir o diagnóstico correcto para um conjunto de manifestações neurológicas com sintomas e sinais neurológicos focais transitórios (SSNFT), que no conjunto de todos, se consideram Acidentes Neurológicos. Objectivos - Os principais objectivos do estudo ACINrpc foram: a construção de um registo comunitário que pertimitisse determinar em populações rural e urbana no Norte de Portugal, 1) a incidência e o prognóstico do primeiro AVC ao longo da vida, 2) a incidência e o prognóstico do primeiro AIT ao longo da vida e 3) a incidência e o prognóstico dos primeiros sintomas e sinais neurológicos focais transitórios não AITs (SNT) e tentando compreender assim o seu significado clínico. Métodos - No período de Outubro de 1998 a Setembro de 2000, todos os suspeitos de terem sofrido o primeiro AVC, o primeiro AIT ou o primeiro SNT, ao longo da vida, numa população de 37290 residentes em concelhos rurais e em 86023 habitantes da cidade do Porto, foram incluídos num registo de base populacional; para o estudo de AITs e SNTs, na área rural, foi considerada apenas uma população de 18677 habitantes. Foram adoptadas definições padrão para AVC e AIT, e uma definição explícita para SNT. Para a identificação exaustiva dos casos utilizaram-se múltiplas fontes de informação. No seguimento os doentes foram observados aos três e doze meses. Resultados - Durante o período de 24 meses foram notificados para o estudo ACINrpc 2031 doentes (802 com suspeita de AVC, 221 com suspeita de AIT e 1008 com suspeita de SNT). Foram registados 688 doentes com AVC, 226 (enfartes cerebrais 77,9%, hemorragias intracerebrais primárias 14,6%, hemorragias subaracnoideias 2,7% e AVC de tipo indeterminado 4,9%) na área rural, e 462 (enfartes cerebrais 75,3%, hemorragias intracerebrais primárias 16,8%, hemorragias subaracnoideias 3,7% e AVC de tipo indeterminado 4,1%) na área urbana. A incidência anual por 1000 habitantes foi de 3,05 (IC 95%, 2,65 a 3,44) e de 2,69 (IC 95%, 2,44 a 2,93) na população rural e urbana, respectivamente; as taxas correspondentes ajustadas para a população padrão Europeia foram de 2,02 (IC 95%, 1,69 a 2,34) e 1,73 (IC 95%, 1,53 a 1,92). A incidência específica por idade segue padrões diferentes na população rural e na população urbana, atingindo a maior discrepância para o grupo etário dos 75 a 84 anos, 20,2 (IC 95%, 16,1 a 25,0) e 10,9 (IC 95%, 9,0 a 12,8), respectivamente. A letalidade aos 28 dias foi de 14,6% (IC 95%, 10,2 a 19,3) na área rural e de 16,9% (IC 95%, 13,7 a 20,6) na área urbana. O risco de recorrência de AVC no conjunto de todos os doentes foi de 1,5% (IC 95%, 0,7 a 2,7) aos sete dias, de 2,7% (IC 95%, 1,5 a 4,0) aos vinte e oito dias, de 3,8% (IC 95%, 2,5 a 5,6) aos três meses e de 7,9% (IC 95%, 6,0 a 10,2) aos doze meses. Foram registados 141 doentes com AIT, 36 na área rural (no território carotídeo 66,7%, no território vertebro-basilar 27,8% e em território considerado indeterminado 5,6%), e 105 na área urbana (no território carotídeo 66,7%, no território vertebro-basilar 29,5% e em território considerado indeterminado 3,8%). A incidência anual por 1000 habitantes foi de 0,96 (IC 95%, 0,43 a 2,33) na população rural, de 0,61 (IC 95%, 0,38 a 1,01) na população urbana e de 0,67 (IC 95%, 0,45 a 1,04) no conjunto de ambas; os correspondentes valores ajustados para a população padrão Europeia foram de 0,67 (IC 95%, 0,45 a 1,04), 0,40 (IC 95%, 0,23 a 0,69) e 0,44 (IC 95%, 0,26 a 0,73). O risco de AVC nos primeiros sete dias após o AIT foi de 12,8% (IC 95%, 7,3 a 18,1), aos três meses de 19,6% (IC 95%, 13,2 a 26,8) e aos doze meses de 24,1% (IC 95%, 14,6 a 28,1). Três factores encontram-se associados à ocorrência de AVC aos 120 dias: idade ≥ 65 anos, o AIT ter ocorrido no território carotídeo e com ≥3 horas de duração. Foram registados 513 doentes com SNT, 73 na área rural, e 540 na área urbana. A incidência anual global por 1000 habitantes foi de 1,95 (IC 95%, 0,94 a 3,76) na população rural, 2,56 (IC 95%, 1,93 a 3,33) na população urbana e de 2,45 (IC 95%, 1,84 a 3,08) no conjunto de ambas as populações; os respectivos valores ajustados para a população padrão Europeia foram de 1,69 (IC 95%, 1,24 a 2,28), 2,04 (IC 95%, 1,52 a 2,71) e de 1,99 (IC 95%, 1,48 a 2,64). Aos doze meses o risco de morte foi de 1,4% (IC 95%, 0,1 a 8,4) na população rural, de 4,6% (IC 95%, 2,9 a 7,1) na população urbana e de 4,1% (IC 95%, 2,6 a 6,3) no conjunto de ambas; o risco de AVC aos doze meses, no conjunto da população rural e urbana, foi de 2,5% (IC 95%, 1,4 a 4,4). Conclusões - A incidência de acidente vascular cerebral nas áreas rural e urbana do Norte de Portugal é elevada quando comparada com a incidência descrita em outras regiões da Europa Ocidental. A elevada taxa oficial de mortalidade por AVC em Portugal, a qual pode ser explicada por uma incidência relativamente alta, não é devida a uma elevada letalidade. A incidência de acidentes isquémicos transitórios no Norte de Portugal, particularmente em populações rurais, encontra-se entre as mais elevadas das descritas em estudos de base populacional comunitária, seguindo de perto a tendência da incidência de AVC. O risco de ocorrência de um AVC é elevado e precoce o que implica educação do público e educação médica, e torna evidente a necessidade de observação médica urgente após um sintoma neurológico focal. A incidência de SNT é superior à incidência de AIT, particularmente na população urbana. A importância e o significado clínico desta entidade assim definida apenas pode ser determinada com o seguimento a longo prazo destes doentes. O conceito abrangente de Acidente Neurológico é útil na abordagem epidemiológica.
- Admission and Readmission/Death Patterns in Hospitalized and Non-hospitalized First-Ever-in-a-Lifetime Stroke Patients During the First Year: A Population-Based Incidence StudyPublication . Abreu, Pedro; Magalhães, Rui; Baptista, Diana; Azevedo, Elsa; Correia, ManuelBackground: Hospitalization and readmission rates after a first-ever-in-a-lifetime stroke (FELS) are considered measures of quality of care and, importantly, may give valuable information to better allocate health-related resources. We aimed to investigate the hospitalization pattern and the unplanned readmissions or death of hospitalized (HospS) and non-hospitalized stroke (NHospS) patients 1 year after a FELS, based on a community register. Methods: Data about hospitalization and unplanned readmissions and case fatality 1 year after a FELS were retrieved from the population-based register undertaken in Northern Portugal (ACIN2), comprising all FELS in 2009-2011. We used the Kaplan-Meier method to estimate 1-year readmission/death-free survival and Cox proportional hazard models to identify independent factors for readmission/death. Results: Of the 720 FELS, 35.7% were not hospitalized. Unplanned readmission/death within 1 year occurred in 33.0 and 24.9% of HospS and NHospS patients, respectively. The leading causes of readmission were infections, recurrent stroke, and cardiovascular events. Stroke-related readmissions were observed in more than half of the patients in both groups. Male sex, age, pre- and post-stroke functional status, and diabetes were independent factors of readmission/death within 1 year. Conclusion: About one-third of stroke patients were not hospitalized, and the readmission/death rate was higher in HospS patients. Still, that readmission/death rate difference was likely due to other factors than hospitalization itself. Our research provides novel information that may help implement targeted health-related policies to reduce the burden of stroke and its complications.
- Impact of physical activity in vascular cognitive impairment (AFIVASC): study protocol for a randomised controlled trialPublication . Verdelho, Ana; Madureira, Sofia; Correia, Manuel; Ferro, José Manuel; Rodrigues, Mário; Gonçalves-Pereira, Manuel; Gonçalves, Mafalda; Santos, Ana Catarina; Vilela, Pedro; Bárrios, Helena; Borges, Mariana; Santa-Clara, HelenaBackground: Cognitive impairment and cerebrovascular pathology are both frequent with ageing. Cognitive impairment due to vascular pathology of the brain, termed vascular cognitive impairment (VCI), is one of the most frequent causes of cognitive impairment in elderly subjects. Thus far, VCI has no specific pharmacological treatment. Recent observational studies have suggested a protective effect of physical activity in cognition, but adequate randomised controlled trials (RCT) are lacking. Methods: AFIVASC is a multi-centre randomised controlled trial, with a 6-month intervention treatment and an additional follow-up of 6 months, that aims to estimate the impact of 6 months of moderate intensity physical activity on cognition (the primary outcome) at 6 and 12 months in subjects with VCI. Participants are community dwellers with criteria for VCI without dementia or who have had previous stroke or transient ischaemic attack (TIA). Patients may be self-referred or referred from a medical appointment. After confirming the inclusion criteria, a run-in period of 1 month is conducted to access adherence; only after that are subjects randomly assigned (using a computerised program blinded to clinical details) to two groups (intervention group and best practice usual care group). The intervention consists of three physical activity sessions of 60 min each (two supervised and one unsupervised) per week. The primary outcome is measured by the presence or absence of decline in cognitive status. Secondary outcomes include changes in neuro-cognitive measures, quality of life, and functional and motor status. Primary and secondary outcomes are evaluated at 6 and 12 months by investigators blinded to both intervention and randomisation. A required sample size of 280 subjects was estimated. Statistical analyses will include regression analysis with repeated measures. The study was approved by the Ethics Committee for Health of Centro Hospitalar de Lisboa Norte (ref. no. 1063/13) and by the Ethics Committee for Health of Centro Hospitalar do Porto CHP (ref. no. 2016.055(049-DEFI/048-CES)). Discussion: We aim to show whether or not moderate physical activity has a beneficial impact on cognition, quality of life, motor, and functional status in people with vascular cognitive impairment, and to generate new insights on the applicability of implementing physical activity in this specific population.
- Readmissions and Mortality During the First Year After Stroke-Data From a Population-Based Incidence StudyPublication . Abreu, Pedro; Magalhães, Rui; Baptista, Diana; Azevedo, Elsa; Silva, Maria Carolina; Correia, ManuelBackground: After a first-ever-in-a-lifetime stroke (FELS), hospital readmissions are common and associated with increased mortality and morbidity of stroke survivors, thus, raising the overall health burden of stroke. Population-based stroke studies on hospital readmissions are scarce despite it being an important healthcare service quality indicator. We evaluated unplanned readmissions or death during the first year after a FELS and their potential factors, based on a Portuguese community register. Methods: Data were retrieved from a population-based prospective register undertaken in Northern Portugal (ACIN2) in 2009-2011. Retrospective information about unplanned hospital readmissions and case fatality within 1 year after FELS index hospitalization (FELS-IH) was evaluated. Readmission/death-free survival 1 year after discharge was estimated using the Kaplan-Meyer method. Independent risk factors for readmission/death were identified using Cox proportional hazard models. Results: Unplanned readmission/death within 1 year occurred in 120 (31.6%) of the 389 hospitalized FELS survivors. In 31.2% and 33.5% of the cases, it occurred after ischemic stroke or intracerebral hemorrhage, respectively. Infections and cerebrovascular and cardiovascular diseases were the main causes of readmission. Of the readmissions, 65.3% and 52.5% were potentially avoidable or stroke related, respectively. The main cause of potentially avoidable readmissions was the continuation/recurrence of the event responsible for the initial admission or a closely related condition (71.2%). Male sex, age, previous and post-stroke functional status, and FELS-IH length of stay were independent factors of readmission/death within 1 year. Conclusions: Almost one-third of FELS survivors were readmitted/dead 1 year after their FELS-IH. This outcome persisted after the first months after stroke hospitalization in all stroke subtypes. More than half of readmissions were considered potentially avoidable or stroke related.