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- Bioética e Documentos Nacionais e InternacionaisPublication . Oliva-Teles, N.RESUMO Atualmente é reconhecido pela sociedade que o conhecimento da documentação nacional e internacional mais relevante em termos bioéticos é fulcral para a prática diária, tanto em termos de assistência como de investigação. Neste artigo apresentamos uma breve lista de algumas das disposições nacionais e internacionais, de conteúdo geral ou mais específico, particularmente úteis para quem pretenda obter informações sobre ética e/ou os princípios éticos que subjazem aos estudos ou projetos de investigação – cuja profundidade vai muito para além dos simples códigos de ética profissional, e que espelham uma profunda reflexão ética sobre temas sociais e a sociedade em geral, de modo a assegurar direitos como a integridade pessoal ou a confidencialidade. Assim, apresentam-se duas listas, de legislação portuguesa e de documentos internacionais, muito diretamente relacionados com consentimento informado, confidencialidade e dignidade humana, entre outros, cuja consulta se recomenda a profissionais em geral e a jovens investigadores em particular.
- Dor visceral intensa associada a desnervação simpática renal seletiva: um desafioPublication . Oliveira, R.; Saraiva, A.; Cavaleiro, C.Introdução e Objetivos: A desnervação simpática renal seletiva (DSRS) é um procedimento endovascular minimamente invasivo, seguro, recentemente desenvolvido para o tratamento da hipertensão resistente (HR). Até 6 ablações por radiofrequência (RF), com 2 minutos cada são aplicadas em ambas as artérias renais, estando associadas a dor abdominal visceral difusa, muito intensa1,2. Não foi encontrada literatura sobre o manuseamento anestésico deste procedimento. O nosso objetivo é descrever a experiência do nosso departamento na DSRS e sugerir uma abordagem anestésica (AA) adequada para o procedimento. Metodologia: Foram colhidos, retrospetivamente, os dados dos doentes com HR submetidos a DSRS na nossa instituição até novembro de 2012. Variáveis analisadas: dados demográficos, co-morbilidades, estadio físico da American Society of Anesthesiology (ASA-EF), abordagem anestésica e complicações peri-procedimento. Foi também realizada uma revisão bibliográfica na PubMed sobre DSRS e outros procedimentos endovasculares para identificar uma AA apropriada e eficiente para DSRS. Resultados: 16 doentes (9 homens/7 mulheres), idade 59,7 ± 10 anos. ASA-EF II 25%, III 75%. 14 doentes foram submetidos a cuidados anestésicos monitorizados (MAC): 6 com perfusão remifentanil (0.05 a 0.15μg/Kg/min com bólus até 1μ/Kg durante as ablações), 8 com bólus de propofol (até 150mg) associado a bólus de fentanil (até 150μg) e midazolam (1 a 2 mg). 1 doente foi sujeito a anestesia geral balanceada e 1 doente a bloqueio subaracnoideu. O procedimento anestésico durou 75 ± 16 minutos. O procedimento foi considerado bem sucedido em todos os doentes. Não foram observadas complicações. Discussão e Conclusão: Os 2 principais estudos publicados sobre DSRS (Simplicity trials) referem o uso de opiáceos e sedativos intravenosos para o tratamento da dor associada às ablações. Os fármacos usados e respetivas doses não são descritos. As várias AA usadas na nossa instituição refletem a ausência de literatura anestésica sobre a DSRS. A AA mais adequada depende das caraterísticas dos doentes e do tipo de dor associada (intensa, aguda e intermitente) e deve assegurar o máximo conforto do doente, segurança e sucesso técnico do procedimento. Pela nossa análise, a literatura revista e a experiência adquirida noutros procedimentos com dor semelhante consideramos que o remifentanil, pelas suas propriedades farmacológicas únicas, é adequado para o AA da DSRS. Remifentanil nas doses de 0.05 a 0.15μg/Kg/min com bólus até 1μ/Kg durante as ablações parece apropriado. São necessários mais estudos para melhor avaliação.
- Convulsões afebris benignas associadas a gastroenterite aguda ligeiraPublication . Matos, C.; Lira, S.; Brandão, C.; Machado, L.RESUMO Introdução: As convulsões afebris benignas associadas a gastroenterite aguda ligeira são crises convulsivas que ocorrem em apirexia, acompanhando quadros de gastroenterite aguda, sem desidratação ou distúrbios hidroeletrolíticos. Caso clínico: Descreve-se o caso de uma criança de 15 meses de idade com três episódios convulsivos associados a gastroenterite aguda ligeira. Clinicamente não apresentava febre nem sinais de desidratação. A investigação laboratorial não evidenciava distúrbios hidroeletrolíticos. A pesquisa do antigénio do rotavírus nas fezes foi positivo. A tomografia axial computorizada cerebral e o eletroencefalograma não revelaram alterações. Não foi iniciada qualquer terapêutica e a evolução foi favorável, com remissão espontânea das convulsões em menos de 24 horas e dos sintomas gastrointestinais em quatro dias. Não houve recorrência das convulsões e o desenvolvimento psicomotor posterior foi normal. Conclusão: Os autores pretendem realçar a importância do conhecimento desta entidade reconhecida recentemente, pelo seu carácter benigno, auto-limitado e com excelente prognóstico, evitando assim investigações exaustivas e terapêutica a longo prazo com antiepilépticos.
- P-POSSUM - Preditor de mortalidade e morbilidade em cistectomias radicais?Publication . Calixto, L.; Areias, A.; Amadeu, E.Introdução: A predição do risco pré-operatório pode ser um dado útil na tomada da decisão cirúrgica. O P-POSSUM (Portsmouth POSSUM - Physiological and Operative Severity Score for the enUmeration of Mortality and morbidity) é um sistema baseado em variáveis fisiológicas e cirúrgicas, validado para cirurgia geral, que estima a mortalidade e morbilidade de cada doente aos 30 dias após a cirurgia (1). Em grandes séries de doentes submetidos a cistectomia radical estão descritas taxas de 2,5 e 28%, respetivamente (2). Pretendeu-se avaliar a aplicabilidade deste sistema em doentes submetidos a cistectomia radical num hospital central. Métodologia: Foi realizada uma análise retrospetiva, através da consulta dos registos electrónicos, dos parâmetros fisiológicos, cirúrgicos, morbilidade e mortalidade aos 30 dias de todos os doentes submetidos a cistectomia radical eletiva num hospital central, durante um ano. Foi aplicado o sistema P-POSSUM e calculadas as razões observada/prevista para morbilidade e mortalidade aos 30 dias. Resultados: Foram incluídos 28 doentes, com idade média de 70 anos, 78.6% do sexo masculino. Ocorreram 2 mortes (7.1%) e 14 doentes (50%) tiveram pelo menos uma complicação no pós-operatório. As complicações mais frequentes foram hemorragia, deiscência de anastomoses e infeção da ferida cirúrgica. A mortalidade prevista pela aplicação do sistema P-POSSUM foi de 9.2% e a morbilidade média prevista foi de 71.4%. As razões observada/prevista para a mortalidade e a morbilidade foram, respetivamente, 0.77 e 0.7. Discussão e Conclusões: Na amostra populacional estudada, o sistema P-POSSUM revelou-se um excelente preditor da morbilidade e da mortalidade associada a cistectomias radicais. Embora pareça sobrestimar os seus valores, estes resultados coincidem com os apresentados em estudos recentemente publicados. As complicações pós-cirúrgicas mais frequentes estão de acordo com o descrito na literatura até à data. Assim, o sistema P-Possum poderá ser um instrumento útil na predição de risco cirúrgico durante a avaliação individual de doentes propostos para cistectomia radical.
- Auditoria à prática profilática e incidência de náuseas e vómitos pós-operatórios (NVPO)Publication . Mota, A.; Saraiva, A.; Duarte, S.; Pereira, F.; Araújo, M.; Amadeu, E.Introdução: As NVPO são uma das principais queixas dos doentes do pós-operatório. Este trabalho teve como objetivo registar a prática farmacológica para profilaxia de NVPO em cirurgia programada e avaliar a sua eficácia. Metodologia: Incluídos todos os doentes submetidos a cirurgia programada das especialidades de Cirurgia Geral, Urologia e Cirurgia Vascular entre 3 e 21 de Dezembro de 2012. Excluídos se alta<24horas(h), pós-operatório no Serviço Cuidados Intensivos/ Intermédios ou impossível acesso aos registos. Tendo como modelos o Score Apfel Simplificado e as recomendações para cirurgia de ambulatório(1) (Tabela 1), a profilaxia instituída foi dividida em adequada, a mais ou a menos; avaliação da ocorrência de NVPO na Unidade Cuidados Pós-Anestésicos e às 24h (registos anestésicos e entrevista). Resultados apresentados em percentagem. Aplicação teste qui quadrado com p<0,05 para significância. Resultados: Avaliados 255 doentes (excluídos 68, incluídos 187). Com 0-1 fator risco (FR) 34%, 2 FR 45%, 3-4 FR 21%. A profilaxia foi adequada em 53% dos doentes, a mais em 16% e a menos em 31%. Incidência total de NVPO - 22% (24% no grupo de doentes que fez profilaxia adequada e 20% no grupo de profilaxia inadequada (p=0.35012)). Neste último grupo 13% realizaram profilaxia a mais e 24% a menos. Resultados da incidência de NVPO por fator de risco na tabela 2. A incidência de NVPO por FR nos doentes com profilaxia adequada foi menor ou igual em todos os grupos em relação ao previsto no Score Apfel simplicado(1,2). No grupo que fez profilaxia inadequada, esta foi a menos principalmente no grupo de 2 FR, com 71% de NVPO; e foi a mais essencialmente no grupo com 1 FR (4 doentes, todos com NVPO). Incidência menor com anestesia locoregional (ALR) vs anestesia geral (AG) (13% vs 27%) (p<0.001). Discussão e Conclusões: A profilaxia foi adequada, segundo as recomendações para cirurgia de ambulatório, em cerca de metade dos doentes. Apesar da profilaxia adequada, nos grupos de FR 1 e 2 não houve redução da incidência de NVPO comparando com a prevista pelo score de Apfel, alertando para a importância de outros fatores de risco não previstos neste score e que estas recomendações poderão ser insuficientes para a profilaxia de NVPO em cirurgia em regime de internamento. A incidência de NVPO foi menor com ALR vs AG, corroborando a ALR como melhor opção em doentes de risco de NVPO (1,2). Estes resultados salientam a importância da adoção de estratégias para redução do risco basal.
- Síndrome de Hanhart – caso clínicoPublication . Rios, H.; Carnide, C.; Morais, S.; Branco, M.; Mesquita, J.; Galhano, E.; Ramos, L.RESUMO Introdução: Em 1950 Hanhart descreveu três casos de aglossia e deformidades dos membros. A associação de malformações oromandibulares e dos membros é rara, verificando-se grande variabilidade fenotípica entre os casos descritos. Caso Clínico: Gravidez com diagnóstico pré-natal ecográfico (24 semanas) de agenesia do pé direito, ausência do primeiro dedo do pé esquerdo e presença apenas da primeira falange do primeiro e quinto dedos da mão esquerda. Às 38 semanas de gestação nasce um recém-nascido, sexo masculino, com hipotonia generalizada e dificuldade respiratória com necessidade de manobras de reanimação. Ao exame físico destacava-se a presença de microretrognatia, microstomia e várias malformações ósseas a nível das mãos e pés. Desde as primeiras horas de vida que apresentou quadro de apneias com dessaturações recorrentes vindo a falecer na decorrência de um desses episódios. Discussão: A associação de microstomia, microretrognatia, hipoglossia, malformações dos membros e atingimento dos pares cranianos, permite-nos estabelecer o diagnóstico clínico de Síndrome de Hanhart. O seu diagnóstico nem sempre é fácil, dada a grande variabilidade fenotípica.
- Caso endoscópico: compressão extrínseca duodenalPublication . Pereira, F.We present a case report of a child with several crises of upper abdominal pain and vomiting for two years, resolved with metoclopramide and butilscopulamine suggesting upper digestive intermittent obstruction. She is symptoms free between theses episodes. The upper digestive endoscopy showed an aspect suggestive of submucosal lesion or extrinsic compression in the second portion of the duodenum. The abdominal CT Scan showed am anomalous right kidney with marked mobility dilation of the secretory tree that was the cause of duodenal compression. After urological surgery (pieloplasty and kidney fixation) the patient was followed during two years without any symptoms.
- Parotidite recorrente juvenil… nem sempre é o que parecePublication . Sá, A.; Fraga, J.; Costa, A.M.; Dias, F.; Brito, I.RESUMO Introdução: A parotidite recorrente juvenil (PRJ) é uma inflamação recidivante idiopática da glândula parótida, geralmente associada a sialectasia não-obstrutiva. A síndrome de Sjögren (SS), rara em idade pediátrica, pode apresentar-se nesta faixa etária sob a forma de parotidites de repetição. Caso clínico: Menina, de 13 anos, que no quarto episódio de tumefação e dor parotídea, iniciou investigação etiológica que revelou glândulas parótidas ecograficamente com textura heterogénea e múltiplas calcificações punctiformes, título ANA elevado (1:1280) com padrão mosqueado, anticorpos Anti-SSA e Anti-SSB positivos, assim como o fator reumatóide, hiper-gamaglobulinémia e elevação da imunoglobulina G. Verificou-se, também, elevação da creatinofosfoquinase, da transamínase glutâmico-oxalacética e da transamínase glutâmico-pirúvica. A biópsia das glândulas salivares minor foi compatível com diagnóstico de SS. Iniciou terapêutica com hidroxicloroquina e corticóide oral em baixa dose com resposta clínica favorável. Discussão/Conclusão: A idade de aparecimento da tumefação parotídea ajuda no diagnóstico diferencial entre PRJ idiopática e uma etiologia inß amatória crónica. O envolvimento muscular está descrito no SS primário e tem um espectro clínico e patológico variado, sendo que a miosite subclínica surge numa percentagem que varia entre os 5% e os 37%.
- Conceção, redação e publicação de artigos científicos - Conceção de artigos científicosPublication . Lima, M.Neste primeiro artigo, de quatro que integram a rubrica “CONCEÇÃO, REDAÇÃO E PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS CIENTÍFICOS” da secção “EDUCAÇÃO CIENTÍFICA” da revista “NASCER E CRESCER” fazemos algumas reflexões sobre as etapas que devem preceder a redação de um artigo científico, tendo em vista a sua publicação numa revista de edição periódica.
- The impact of healthcare-associated infection on mortality: failure in clinical recognition is related with inadequate antibiotic therapyPublication . Cardoso, T.; Ribeiro, O.; Aragão, I.; Costa-Pereira, A.; Sarmento, A.Purpose To understand if clinicians can tell apart patients with healthcare-associated infections (HCAI) from those with community-acquired infections (CAI) and to determine the impact of HCAI in the adequacy of initial antibiotic therapy and hospital mortality. Methods One-year prospective cohort study including all consecutive infected patients admitted to a large university tertiary care hospital. Results A total of 1035 patients were included in this study. There were 718 patients admitted from the community: 225 (31%) with HCAI and 493 (69%) with CAI. Total microbiologic documentation rate of infection was 68% (n = 703): 56% in CAI, 73% in HCAI and 83% in hospital-acquired infections (HAI). Antibiotic therapy was inadequate in 27% of patients with HCAI vs. 14% of patients with CAI (p<0.001). Among patients with HCAI, 47% received antibiotic therapy in accordance with international recommendations for treatment of CAI. Antibiotic therapy was inadequate in 36% of patients with HCAI whose treatment followed international recommendations for CAI vs. 19% in the group of HCAI patients whose treatment did not follow these guidelines (p = 0.014). Variables independently associated with inadequate antibiotic therapy were: decreased functional capacity (adjusted OR = 2.24), HCAI (adjusted OR = 2.09) and HAI (adjusted OR = 2.24). Variables independently associated with higher hospital mortality were: age (adjusted OR = 1.05, per year), severe sepsis (adjusted OR = 1.92), septic shock (adjusted OR = 8.13) and inadequate antibiotic therapy (adjusted OR = 1.99). Conclusions HCAI was associated with an increased rate of inadequate antibiotic therapy but not with a significant increase in hospital mortality. Clinicians need to be aware of healthcare-associated infections among the group of infected patients arriving from the community since the existing guidelines regarding antibiotic therapy do not apply to this group and they will otherwise receive inadequate antibiotic therapy which will have a negative impact on hospital outcome.