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- Encefalomielite aguda disseminada por Mycoplasma pneumoniaePublication . Gonzaga, D; Grilo, M; Bártolo, A; Cruz, V; Carrapato, RRESUMO Introdução: A encefalomielite aguda disseminada (ADEM) é uma doença inflamatória desmielinizante do sistema nervoso central, mediada imunologicamente, que atinge predominantemente a substância branca cerebral e medula espinal. Ocorre frequentemente após um quadro infecioso ou imunizações. O diagnóstico infere-se pelo quadro clínico de alterações do nível da consciência e do comportamento, sinais neurológicos multifocais e pelos achados típicos da ressonância magnética (RM). O tratamento de eleição são os corticoides e o prognóstico é, geralmente, favorável. Caso clínico: Este caso clínico refere-se a uma criança, com cinco anos de idade, internada por um quadro sugestivo de meningite de provável etiologia vírica, precedida por uma infeção das vias aéreas superiores umas semanas antes. No 2º dia de internamento, iniciou alterações do comportamento e apresentava sinais de envolvimento da via piramidal. A RM do neuroeixo revelou múltiplas lesões sugestivas de desmielinização com atingimento cerebral e medular, compatíveis com ADEM. Os exames serológicos foram sugestivos de infeção recente por Mycoplasma pneumoniae. Realizou tratamento com corticóides com evolução clínica favorável. Conclusão: Pretende-se com este caso alertar para uma entidade clínico-imagiológica de diagnóstico crescente e salientar a importância das manifestações extrapulmonares do Mycoplasma pneumoniae em idade pediátrica.
- Ética nas decisões sobre o fim da vida - a importância dos cuidados paliativosPublication . Neto, ADQuando a Medicina Curativa já não produz qualquer alteração no quadro clínico de um paciente, cujo estado de irreversibilidade é definitivo, torna-se urgente dar assistência àqueles que se encontram em fase final de vida. E porque, não raras as vezes, são acompanhados de uma enorme dor e sofrimento que contribuem para a perda de qualidade de vida, a Medicina Paliativa procura travá-los. Os Cuidados Paliativos existem enquanto conjunto interdisciplinar direcionado para o acompanhamento continuado do doente terminal. São uma resposta ética, médica e psicológica face às necessidades últimas do estado do paciente. Mas não podem nunca ultrapassar o limite da dignidade do ser humano e as suas escolhas. Isto é, é admissível sim que se mantenha a qualidade de vida mas não quando os esforços são desproporcionais e inúteis e contrariam em absoluto o previsto, por exemplo no Testamento Vital do paciente. Em Portugal a Medicina Paliativa tem vindo progressivamente a ganhar espaço, físico (crescente número de unidades de cuidados paliativos espalhadas pelo país) mas também ao nível da consciencialização dos governantes (para assegurar a proliferação e assistência logística aos cuidados paliativos). Pretende-se que o doente terminal, independentemente das suas condições económicas e sociais, possa aceder à Medicina Paliativa e ser sujeito pleno do direito à saúde. Os princípios bioéticos da Autonomia, Beneficência, Não-Maleficência e Justiça compadecem-se com os cuidados paliativos a que cada doente aceita submeter-se, a que tem o direito de aceder para maximizar os benefícios do tratamento e minimizar os danos.
- Infeções associadas aos cuidados de saúde numa Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais: avaliação da eficácia das estratégias de prevenção implementadasPublication . Pinho, L; Pinto, J; Braga, AC; Gouveia, S; Matos, L; Pombeiro, J; Almeida, ARESUMO Introdução: Os recém-nascidos (RN) internados em unidades de cuidados intensivos (UCIN) apresentam um risco acrescido de infeções associadas aos cuidados de saúde (IACS). Na Maternidade Júlio Dinis (MJD), após ter sido constatada uma incidência elevada de IACS, efetuaram-se alterações na prática clínica diária. Objetivos: Avaliar a eficácia das estratégias de prevenção de infeção implementadas na UCIN da MJD. Material e métodos: Estudo prospetivo incluindo os RN internados na UCIN da MJD nos 16 meses anteriores (grupo 1) e nos 16 meses subsequentes (grupo 2) às intervenções, comparando-se os índices de infeção nestes dois períodos temporais. Resultados: O grupo 1, com 528 RN, e o grupo 2, com 593 RN, não mostraram diferença em relação ao peso, idade gestacional, taxa de utilização de cateter vascular central (CVC) e duração da nutrição parentérica e da ventilação invasiva. Verificou-se uma diminuição da incidência global de infeção: densidade de incidência de IACS – sépsis, pneumonia, enterocolite necrotizante e meningite – (10,0vs.6,3, p=0,0007), densidade de incidência de sépsis clínica e confirmada bacteriologicamente (9,6vs.5,9, p=0,0007), densidade de incidência de sépsis confirmada bacteriologicamente (6,8vs.4,6, p=0,015), taxa de incidência de sépsis associada a CVC (30,3vs.22,4; p=0,021) e taxa de isolamento de Staphylococcus coagulase-negativo (85,7%vs.71,1%, p=0,041). Embora a taxa de incidência de sépsis associada a CVC confirmada bacteriologicamente tenha diminuído (22vs.19), a diferença não foi estatisticamente significativa. Foram observadas tendências semelhantes entre os RN de muito baixo peso. Conclusões: O estudo demonstrou que uma intervenção baseada na evidência foi eficaz, tendo proporcionado uma diminuição de 37% das IACS na UCIN da MJD.
- Psiquiátrico, aditivo ou orgânico: um desafio nos adolescentesPublication . Monteiro, MI; Ferreira, AC; Grebe, HP; Gomes, L; Costa, MRESUMO Introdução: O alargamento da idade pediátrica até atingir os 18 anos de idade introduziu novos desafios pelo surgimento de quadros clínicos idênticos aos dos adultos no atendimento pediátrico. As alterações agudas do comportamento no adolescente são muitas vezes associadas ao consumo de drogas, álcool ou medicamentos. Estas podem, no entanto, ser a manifestação inaugural de uma psicose ou de uma doença neurológica de origem infeciosa ou autoimune. Caso clínico: Apresenta-se o caso de um adolescente com desajuste súbito do comportamento, de agravamento progressivo, semelhante a surto psicótico. A investigação permitiu o diagnóstico de meningoencefalite por Mycoplasma pneumoniae. Discussão / Conclusão: Este caso clínico vem reforçar a necessidade de uma abordagem alargada do adolescente com alterações agudas do comportamento. É fundamental manter a suspeita de patologia orgânica, investigando sempre a possibilidade de uma causa inflamatória, infeciosas ou imunológica. O Mycoplasma pneumoniae é um agente essencialmente respiratório, com potenciais complicações extrapulmonares, embora raras, sendo destas as neurológicas as mais frequentes. Realça-se com este caso o desafio que a avaliação de adolescentes nas unidades de agudos de Pediatria constitui.
- Internamentos por Linfadenite Cervical num Serviço de Pediatria GeralPublication . Lito, D; Pignatelli, D; Simões, AS; Carvalho, A; Cunha, FRESUMO Introdução: A Linfadenite Cervical (LAC) é uma entidade comum na idade pediátrica. As formas agudas bilaterais são as mais frequentes, de etiologia viral e autolimitadas. As agudas unilaterais são habitualmente bacterianas, provocadas pelo Streptococcus pyogenes e Staphylococcus aureus. Nas subagudas/crónicas a Bartonella, as Mycobacteria e o Toxoplasma devem ser etiologias consideradas. Objetivos: Caracterização de população de crianças internadas numa enfermagem de Pediatria Geral por LAC. Material e métodos: Estudo comparativo retrospetivo de uma amostra de conveniência que inclui as crianças internadas, entre Março de 1999 e Fevereiro de 2010. Resultados e Discussão: Identificaram-se 61 crianças, 88,5% do sexo feminino. A LAC aguda correspondeu a 88,5% dos casos, das quais 57,4% foram unilaterais. A forma subaguda/crónica ocorreu em 11,5%. A idade nas formas agudas foi significativamente inferior à das subagudas/crónicas (p=0,034). A etiologia bacteriana equivaleu a 96,7% sendo as restantes, uma mononucleose infeciosa e uma toxoplasmose ganglionar. O S. aureus e S. pyogenes corresponderam a 66,6% dos agentes bacterianos isolados. Identificaram-se três casos de LAC por Mycobacterium tuberculosis, dois por Bartonella henselae e dois por Ricketsia conorii. As infeções prévias da cabeça e pescoço estiveram presentes em 27 (44,3%). Documentaram-se infeções virais predisponentes em cinco casos. As localizações cervical e submandibular foram as mais frequentes, 47,5% e 44,3%, respetivamente. Evidenciou-se febre em 85,2% das crianças, sintomas regionais (torcicolo e trismos) em 45% e flutuação em 29%. Houve necessidade de drenagem cirúrgica em 24,6% dos doentes, em seis (9,8%) realizou-se citologia aspirativa e em 45 exames de imagem. A leucocitose (>15000/μL) e a proteína C reativa positiva (>3,0 mg/dL) verificaram-se em 83,6% e 65,5% dos casos, respetivamente. O S. pyogenes e o S. aureus cursaram com mais sinais inflamatórios e maior necessidade de drenagem cirúrgica (p=0,01). Os antibióticos foram utilizados em todos os doentes sendo o mais frequente a amoxicilina/ácido clavulânico (57,3%). A flucloxacilina administrou-se em 19,7% dos casos. A evolução foi favorável em todos os casos. Conclusão: O diagnóstico etiológico da LAC não é fácil na maioria dos casos. Embora a grande maioria das crianças com LAC não seja internada, existem alguns casos que, pela necessidade de investigação complementar ou de tratamento o sejam. Portugal é um país de média incidência de Tuberculose pelo que esta doença deve ser considerada, com especial atenção para a emergência de M. tuberculosis multirresistentes.
- Encefalomielite aguda disseminada – pós-infecção por Herpes Vírus 6Publication . Amorim, J; Guerra, IC; Lima, R; Cunha, J; Carrilho, I; Ramos, ARESUMO Introdução: A encefalomielite aguda disseminada (ADEM) é uma doença desmielinizante monofásica do sistema nervoso central (SNC) imunomediada. O quadro clínico inicial pode ser inespecífico, mas traduz geralmente envolvimento da substância branca em várias localizações do SNC, sendo a ressonância magnética (RM) do neuroeixo o exame complementar de diagnóstico de eleição. Caso clínico: Criança com 16 meses, internada por perda da capacidade de marcha de instalação aguda, recusa alimentar e irritabilidade. No exame neurológico salientava-se: períodos de irritabilidade alternando com sonolência, paraparésia flácida arrefléxica, ataxia axial e retenção urinária. O estudo do líquido cefalorraquidinano revelou pleocitose linfocitária e foi isolado o HHV -6 por técnica de Polymerase Chain Reaction. A RM revelou hipersinal medular na ponderação T2, em D2-D3 e desde D6 até ao cone medular. Iniciou terapêutica com corticoterapia e imunoglobulina humana com melhoria progressiva. Discussão: Trata-se de um caso clínico de ADEM com atingimento predominantemente medular, obrigando ao diagnóstico diferencial com outros quadros de paraparésia flácida de instalação aguda ou subaguada. Pretende-se alertar para a possibilidade de ocorrência deste tipo de manifestações neurológicas após infeção por herpes vírus 6.
- Vestida de vermelho – um caso de reação medicamentosaPublication . Melo, C; Almeida, F; Lopes, S; Teixeira, P; Barbosa, C; Sequeira, A; Miguel, CRESUMO Introdução: As reações de hipersensibilidade a fármacos podem limitar-se a um exantema cutâneo não específico, ou manifestar-se por um síndrome multissistémico, com prognóstico muito variável, como é o caso do síndrome DRESS (Drug Reaction with Eosinophilia and Systemic Symptoms). Caso clínico: Os autores apresentam o caso clínico de uma menina admitida no Serviço de Urgência por um síndrome febril prolongado acompanhado de exantema generalizado e pruriginoso, edema exuberante da face e membros, com início seis semanas após início de tratamento com carbamazepina. Os exames laboratoriais revelaram eosinofilia e elevação das enzimas hepáticas. Após suspensão do fármaco assistiu-se a uma rápida melhoria clínica e analítica. Discussão: O reconhecimento precoce da hipersensibilidade medicamentosa, neste caso na forma do síndrome DRESS, e a suspensão do medicamento permitiu a evolução favorável de uma entidade potencialmente fatal.
- Circulating endothelial cells in patients with venous thromboembolism and myeloproliferative neoplasmsPublication . Torres, C.; Fonseca, A.; Leander, M.; Matos, R.; Morais, S.; Campos, M.; Lima, M.Background Circulating endothelial cells (CEC) may be a biomarker of vascular injury and pro-thrombotic tendency, while circulating endothelial progenitor cells (CEP) may be an indicator for angiogenesis and vascular remodelling. However, there is not a universally accepted standardized protocol to identify and quantify these cells and its clinical relevancy remains to be established. Objectives To quantify CEC and CEP in patients with venous thromboembolism (VTE) and with myeloproliferative neoplasms (MPN), to characterize the CEC for the expression of activation (CD54, CD62E) and procoagulant (CD142) markers and to investigate whether they correlate with other clinical and laboratory data. Patients and Methods Sixteen patients with VTE, 17 patients with MPN and 20 healthy individuals were studied. The CEC and CEP were quantified and characterized in the blood using flow cytometry, and the demographic, clinical and laboratory data were obtained from hospital records. Results We found the CEC counts were higher in both patient groups as compared to controls, whereas increased numbers of CEP were found only in patients with MPN. In addition, all disease groups had higher numbers of CD62E+ CEC as compared to controls, whereas only patients with VTE had increased numbers of CD142+ and CD54+ CEC. Moreover, the numbers of total and CD62+ CEC correlated positively with the white blood cells (WBC) counts in both groups of patients, while the numbers of CEP correlated positively with the WBC counts only in patients with MPN. In addition, in patients with VTE a positive correlation was found between the numbers of CD54+ CEC and the antithrombin levels, as well as between the CD142+ CEC counts and the number of thrombotic events. Conclusions Our study suggests that CEC counts may reveal endothelial injury in patients with VTE and MPN and that CEC may express different activation-related phenotypes depending on the disease status.
- Doença óssea relacionada com a fibrose quística: uma complicação recentePublication . Cardoso, K; Pereira, L; Barreto, CRESUMO Introdução: Passaram mais de sete décadas desde a primeira descrição da fibrose quística enquanto doença fatal. Desde então, a assistência clínica destes doentes em Centros Especializados, assim como os progressos científicos na investigação, refletiram-se significativamente na melhoria da qualidade de vida e da esperança média de vida e como resultado os doentes atingem a idade adulta, o que inicialmente não era observado. Paradoxalmente, este aumento na sobrevida fez surgir novas complicações da doença bem como problemas decorrentes da terapêutica prolongada. A doença óssea relacionada com a fibrose quística surge assim como uma das complicações frequentes decorrente da maior sobrevida. Desde a sua primeira descrição em 1979 tem sido publicado um elevado número de artigos relativos a esta complicação secundária da fibrose quística. Objetivos: Neste artigo pretendemos rever a literatura relacionada com as várias áreas de investigação em torno da doença óssea associada à fibrose quística resumindo os aspetos mais relevantes sobre esta problemática. Desenvolvimento: Ao longo do artigo os autores salientam os conhecimentos sobre a epidemiologia, fisiopatologia e clínica, e descrevem as recomendações mais atuais relativas ao diagnóstico, prevenção, terapêutica e vigilância da doença óssea relacionada com a fibrose quística. Conclusões: A etiologia multifatorial e a interdependência e complexidade dos mecanismos patológicos subjacentes salientam a importância do acompanhamento dos doentes com doença óssea relacionada a fibrose quística em centros especializados que possibilitem um seguimento pluri e interdisciplinar integrado e diferenciado.
- Prescrição Antibiótica no Serviço de Urgência Pediátrica de um Hospital Nível II da Região CentroPublication . Ribeiro, F; Silva, SR; Vicente, IN; Almeida, SRESUMO Introdução: A descoberta da penicilina, no final da década de 1920, revolucionou a ciência e trouxe a medicina para a era moderna. Desde então, muitos outros antibióticos surgiram no mercado. Atualmente, um dos maiores problemas da medicina é o uso indiscriminado dos antibióticos e, consequentemente o surgimento de bactérias resistentes. Neste contexto, a utilização adequada dos antibióticos é fundamental para a manutenção da sua própria eficácia. Não existem muitos estudos sobre a prescrição antibiótica nos Serviços de Urgência de Pediatria do nosso país. Objetivo: Caracterizar a prescrição de antibióticos orais no Serviço de Urgência Pediátrico de um hospital nível II da região centro. Material e Métodos: Estudo descritivo e retrospetivo. Foi realizada a análise dos registos médicos da base informática Alert® das crianças que recorreram ao Serviço de Urgência Pediátrico num dia por mês escolhido aleatoriamente (num total de 30 dias), de Janeiro de 2008 a Junho de 2010. Resultados: No período em estudo, foram observadas no Serviço de Urgência Pediátrico 4317 crianças (média de 144 crianças/dia). Foram prescritos antibióticos orais em 400 crianças (9,3%). A amoxicilina foi o antibiótico mais prescrito e a otite média aguda foi o diagnóstico mais frequente. Conclusões: Concluímos haver uma boa ponderação na prescrição de antibióticos orais no Serviço de Urgência Pediátrico do nosso hospital. Propomos algumas atitudes para melhorar essa prescrição.