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- Caso dermatológicoPublication . Moreira, Catarina; Pedrosa, Ana; Azevedo, FilomenaDecorrente da melhoria dos padrões de saúde e nutrição, o escorbuto é atualmente menos prevalente, pelo que, nos dias de hoje, é um distúrbio pouco reconhecido na prática médica. Os sinais dermatológicos podem ser a única manifestação e são frequentemente confundidos com outras patologias. O diagnóstico precoce é fundamental já que, quando atempadamente abordado, o seu tratamento é simples e eficaz. Reportamos o caso de uma adolescente cujo diagnóstico de escorbuto foi feito com base no reconhecimento de fatores de risco dietéticos, na presença de manifestações dermatológicas e na rápida resolução das lesões cutâneas com a introdução de vitamina C.
- Hemangioma congénito rapidamente involutivo – um diagnóstico infrequentePublication . Martins, Andreia Alves; Abreu, Marlene; Noites, Paula; Teixeira, MartaOs hemangiomas congénitos rapidamente involutivos (RICH) são tumores vasculares raros, que se caraterizam por um desenvolvimento completo ao nascimento e por uma regressão, habitualmente total e espontânea, entre seis a dezoito meses. O diagnóstico é clínico, por vezes auxiliado por exames de imagem e biópsia. Descreve-se o caso de um recém-nascido de termo, fruto de uma gestação vigiada com ecografias obstétricas sem alterações, que apresentava ao nascimento, na face anterior da coxa esquerda, uma massa de 5x4,5cm, mole, depressível, acinzentada, com algumas telangiectasias periféricas e halo periférico esbranquiçado, sem frémito palpável ou ulceração. Hemodinamicamente estável, sem trombocitopenia. A ecografia e a ressonância magnética apoiaram a suspeita clinica de RICH, que foi corroborada imunohistologicamente. Após 15 meses verificou- -se regressão espontânea e completa do tumor. O conhecimento da clínica, evolução e prognóstico deste raro hemangioma é fundamental para o diagnóstico e seguimento adequados, evitando intervenções desnecessárias, assim como para tranquilização dos cuidadores.
- Automedicação em idade pediátricaPublication . Belo, Nídia; Maio, Patrícia; Gomes, SusanaA automedicação pediátrica consiste na administração de medicação à criança ou adolescente pelos seus cuidadores, ou pelo próprio no caso de crianças maiores e adolescentes, sem observação médica prévia. Os dados nacionais sobre a prevalência e segurança desta prática são escassos. Este estudo pretendeu avaliar a prevalência de automedicação em idade pediátrica, identificar os fármacos mais utilizados e os principais fatores motivacionais. Foi efetuado um estudo transversal, observacional, descritivo e retrospetivo. Amostra de conveniência obtida através da aplicação de um questionário online de autopreenchimento pelos pais/cuidadores de crianças e adolescentes. Foram obtidos 209 questionários, referentes a crianças e adolescentes até aos 17 anos (mediana dois anos), sem diferença de género. A maioria dos inquiridos (64%) afirmou já ter automedicado os filhos, dos quais 24% no mês anterior ao estudo. A noção de que se trataria de um problema de saúde simples e recomendação da mesma atuação em situação anterior semelhante constituíram os principais fatores motivacionais. Os antipiréticos foram os fármacos mais utilizados (paracetamol em 84,7% e ibuprofeno em 53,1%), verificando-se grande variabilidade na dose administrada. Antitússicos/mucolíticos, antieméticos e antidiarreicos foram utilizados por 26% da amostra. As reações adversas decorrentes da automedicação ocorreram em 1,4% crianças e adolescentes. A prevalência de automedicação encontrada neste estudo foi elevada, resultado consistente com estudos internacionais sobre o tema. Os principais fármacos utilizados são medicamentos não sujeitos a receita médica. Salienta-se a elevada utilização de medicamentos sem eficácia comprovada ou desaconselhados em pediatria. A desadequação da dose administrada ao peso da criança foi um dos fatores de risco identificados no estudo, constatando-se casos com potencial toxicidade. É necessário informar os pais das consequências da automedicação indevida e instruí-los para uma prática responsável.
- Orelhas aladas: avaliação de resultados e satisfação dos utentes. A realidade portuguesa numa análise retrospetiva de 209 otoplastiasPublication . Correia-Oliveira, Ana; Peixoto, Maria João; Sousa, Catarina; Coelho, Ana; Marinho, Sofia; Lopes dos Santos, José; Carvalho, FátimaIntrodução: As orelhas procidentes são um problema estético bastante comum, com uma prevalência de 5% na população. Tendo em conta os problemas psicológicos associados a esta deformidade, a otoplastia é uma correção cirúrgica universalmente aceite. Materiais e Métodos: Foi efetuado um estudo retrospectivo dos processos clínicos de 111 crianças, submetidas a Otoplastia para correção de orelhas aladas num Centro Hospitalar em Portugal, durante os últimos quatro anos. Foi realizado ainda um inquérito telefónico aos pais, para aferição da satisfação dos utentes relativamente ao procedimento efetuado e respetivo impacto na qualidade de vida. Resultados: A população de doentes era constituída por 75 (68%) crianças do sexo masculino e 36 (32%) do sexo feminino. Estas foram intervencionados em média entre os sete e os oito anos de idade, sendo que cerca de 36% foram operadas em idade pre-escolar. O tipo de otoplastia efetuada foi uma técnica combinada, tendo sido bilateral em 98 casos e unilateral nos restantes 13, totalizando 209 otoplastias corretivas. A taxa de complicações foi baixa (3,8%). Foi possível realizar o inquérito telefónico a 98 utentes, observando-se uma mediana de resultados de 4-5 (escala 1-5) em todos os itens avaliados, traduzindo uma satisfação generalizada e influência positiva do procedimento na qualidade de vida. Discussão e conclusão: A Otoplastia corretiva de orelhas procidentes teve um impacto positivo direto na qualidade de vida e auto-estima dos doentes intervencionados. Torna-se assim por demais relevante a referenciação destas crianças a um Centro Cirúrgico especializado.
- Doença de Behçet – um desafio diagnóstico numa adolescentePublication . Fernandes, Helena Maria Ribeiro; Silva, Maria Conceição Santos; Casanova, Gabriela Amorim; Peixoto, Ana Catarina AndradeIntrodução: A Doença de Behçet (DB) é uma vasculite multissistémica, de diagnóstico apenas clínico, e rara em idade pediátrica. Caso Clínico: Adolescente de 17 anos com úlceras aftosas orais de repetição desde há quatro anos, sem outros sinais ou sintomas associados. Hipóteses diagnósticas como infecções, hipovitaminoses, alergia alimentar e doença celíaca foram excluídas. O diagnóstico de DB foi também ponderado, tendo realizado teste de patergia, com resultado negativo. Aos 16 anos, a doente apresenta lesões papulopustulares mentonianas, indistinguíveis de acne vulgar, e aos 17 anos, um episódio de úlceras genitais. Foi referenciada a Reumatologia pediátrica e, perante um provável diagnóstico de DB, iniciou colchicina oral, com redução do número e da recorrência das úlceras aftosas orais. Discussão: A adolescente poderá apresentar critérios suficientes para se diagnosticar DB. Este caso exemplifica a importância do acompanhamento contínuo dos doentes, realça o carácter insidioso de algumas doenças reumáticas e a dificuldade de diagnosticar DB em idade pediátrica.
- Lumbar tattoo and labour analgesia: a case of surgical approachPublication . Duque, Mélanie; Lopes, José; Ribeiro, Sandy; Araújo, IsabelIntroduction: Pregnant women with lumbar tattoo presenting for labour analgesia are currently increasing in number. Many anaesthesiologists are hesitant in placing an epidural catheter over a lumbar tattoo based on a theory that tissue coring of fragments of tattoo pigment into the epidural, subdural or subarachnoid space, could lead to epidermoid tumours or arachnoiditis. For these reasons, it has been recommended to avoid the introduction of epidural needle directly through skin with tattoo pigments. Case Report: We describe a case where the placement of the epidural catheter was made after a surgical incision of the skin to obtain a puncture field free from ink pigment. Conclusion: Surgical approach to epidural catheter placement reduces the risk of the pigment-entrainment phenomenon from the skin to the epidural space.
- X – linked Hypohidrotic Ectodermal Dysplasia and atopic eczema – case report and discussion on mechanisms of eczemaPublication . Moreira, Catarina; Duarte, Ana Filipa; Azevedo, Filomena; Mota, AlbertoX-linked Hypohidrotic Ectodermal Dysplasia (XHED) is an inherited disorder that involves defective development of tissues derived from embryonic ectoderm and it is generally suspected by the triad of hypohidrosis, hypotrichosis and hypodontia. We report a four-year-old boy with a persistent and severe eczema, anodontia, a sparse, thin and blonde hair, periorbital wrinkling with hyperpigmentation and absence of sweating. Laboratory results showed elevation of total serum IgE and IgE specific to house dust mites and grass pollen. Skin biopsy revealed absence of eccrine and sebaceous glands and hair follicles. The genetic molecular study disclosed a c.463C>T (p.Arg155Cys) mutation of the EDA1 gene, consistent with X-linked HED. Although XHED has a favorable prognosis, eczema is a major problem and the eczematous characteristics of patient’s skin resemble those of atopic dermatitis. Ceramide profile, reduction of natural moisturizing factors due to hypohidrosis and skin barrier dysfunction elicited by airborne proteins likely contribute to persistent and difficult-to-control AD-like eczema. As a consequence of the rarity of the disease, obtaining a significant number of clinical studies to clarify and validate the pathways involved in skin barrier dysfunction and the consequent eczematous lesions in HED patients will probably remain a challenge.
- Orthopedic casePublication . Afonso, Ivete; Martins, Andreia A.; Quelhas, MonjardimA term newborn, from a medically supervised pregnancy, had a hypoplasia of the right leg bones and ipsilateral deviation of the foot on the obstetric ultrasounds and presented at birth with a medial deviation of the inferior third of the right leg and dorsiflexion of the right foot. A right leg x-ray showed a congenital posteromedial bowing of the tibia (CPMBT). A favorable outcome was achieved with a conservative approach at eleven months old.CPMBT is the most benign of all the congenital deformities of the tibia. Usually it is obvious at birth as a calcaneal valgus deformity. It tends to resolve spontaneously, thus a conservative approach is adopted in most cases. Limb length discrepancy is the main complication, and so follow-up is recommended until skeletal maturity.Due to the rarity of these deformities, an early recognition and referral are fundamental.
- Segurança infantil dos 1 aos 5 anos – o que sabem os cuidadores?Publication . da Silva, Sara Pires; Sampaio, Joana; da Silva, Cristiana Teixeira; Braga, RaquelIntrodução: Os acidentes representam a principal causa de morbilidade e mortalidade nos primeiros anos de vida. Este estudo pretendeu avaliar o conhecimento dos cuidadores de crianças entre os um e cinco anos sobre segurança infantil. Métodos: Estudo transversal, descritivo e analítico com aplicação de questionário por auto-preenchimento, a uma amostra de conveniência, numa Unidade de Saúde Familiar, de setembro a dezembro de 2014. Resultados: Foram inquiridos 56 cuidadores, de 99 crianças (média 1.7 crianças/família), com idades compreendidas entre os 22 e os 63 anos (mediana 34 anos). A maioria dos inquiridos (89%) procura habitualmente informação sobre segurança infantil, sendo que apenas 37% afirma que este tema é abordado em todas as consultas de saúde infantil. Quando questionados sobre segurança rodoviária, apenas 14% respondeu corretamente a todos os itens e, apesar de 95% utilizarem dispositivo de retenção, apenas 18% o usam de modo adequado. Nas questões sobre afogamentos, apenas 31% utilizam sempre braçadeiras e 11% permitem brincar na banheira sem supervisão. Relativamente à prevenção de quedas salienta-se que 41% assumem a utilização de andarilhos e só 29% têm todas as atitudes preventivas adequadas. A área da prevenção de queimaduras foi a que teve maior défice de respostas corretas (27%), na qual nenhum cuidador respondeu adequadamente a todas as questões. Finalmente as áreas sobre prevenção de engasgamentos e intoxicações foram as que tiveram uma percentagem mais elevada de comportamentos corretos (54% e 41%, respetivamente). Discussão: A segurança infantil é uma preocupação parental. No entanto, continuam-se a verificar práticas quotidianas erradas. Os profissionais de saúde têm responsabilidade nesta área, devendo promover programas de sensibilização efetivos e abordando mais regularmente esta temática nas consultas de saúde infantil.
- Provas de provocação oral a fármacos em Pediatria - casuística 2015Publication . Costeira, Mónica André; Sousa, Dinis; Ferreira, Joana; Ferreira, Carla; Silva, Armandina; Santalha, Marta; Alendouro, Paula; Matos, Águeda; Costa, AlbertoIntrodução: A suspeita de alergia a fármacos em idade pediátrica é um motivo frequente de consulta, que contudo raramente se confirma. Desta forma, a prova de provocação oral (PPO) assume um papel significativo na abordagem diagnóstica. Objetivos: Caracterizar a população pediátrica da consulta de um hospital de nível II, que realizou PPO a fármacos, avaliar os fármacos implicados e analisar os casos cujas PPO foram positivas. Material e métodos: Análise retrospetiva dos processos clínicos dos doentes com idade inferior a 18 anos que realizaram PPO a fármacos no período compreendido entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2015. Resultados: A amostra incluiu 58 doentes, 53,4% do sexo masculino, sendo a mediana de idades cinco anos. A maioria foi referenciada a partir do serviço de urgência (39,7%) e da consulta externa (36,2%). A amoxicilina foi o fármaco suspeito em 46,6 %, associada com ácido clavulânico em 34,5%. Cerca de 93,1% apresentaram manifestações mucocutâneas, 5,2% gastrointestinais e mucocutâneas e 1,7% respiratórias e mucocutâneas. Em 20,7 % dos casos as manifestações surgiram nas primeiras 24h. As PPO foram positivas em três doentes e os fármacos responsáveis foram a amoxicilina (dois casos) e o ibuprofeno (um caso). Conclusões: Sendo a alergia a fármacos rara em crianças e tendo em conta a sua repercussão na decisão terapêutica em casos de situações infeciosas, é de extrema relevância a referenciação para esclarecimento diagnóstico.