Name: | Description: | Size: | Format: | |
---|---|---|---|---|
83.84 KB | Adobe PDF |
Advisor(s)
Abstract(s)
Objectivos: Avaliar as indicações
para a esplenectomia e colecistectomia,
os seus resultados e complicações em
crianças com esferocitose hereditária.
Material e Métodos: Realizou-se
uma revisão retrospectiva das crianças
com diagnóstico de Esferocitose Hereditária
(EH) seguidas na consulta de Hematologia
entre Janeiro de 1992 e Agosto
de 2007. Os parâmetros avaliados foram:
idade actual; sexo; grau de gravidade da
EH avaliado de acordo com os critérios
publicados pela British Society for Haematology
em 2004; co-hereditariedade
de síndrome de Gilbert; doentes submetidos
a esplenectomia e colecistectomia;
idade à data da cirurgia; método cirúrgico
usado (laparotomia/laparoscopia; esplenectomia
total/parcial); parâmetros relevantes
na decisão de esplenectomia e/ou
colecistectomia (anemia, reticulocitose,
esplenomegalia, dependência transfusional,
litíase vesicular, hematopoiese extramedular
e outras) ; parâmetros analíticos
pré e pós-cirúrgicos (hemograma, contagem
de reticulócitos, bilirrubina total e
bioquímica do ferro); atitudes profiláticas
relativas a complicações de esplenectomia
(vacinação prévia, antibioterapia
profi lática e terapêutica) e registo de possíveis
complicações (sépsis, trombose,
lítiase vesicular) nos doentes submetidos
a esplenectomia. Procedeu-se a análise estatística com recurso ao Software
SPSS® versão 13.
Resultados: O número de doentes
com o diagnóstico de EH foi de 52. Destes
19 eram classificados como EH ligeira,
24 como EH moderada e nove como EH
grave. Em 15 doentes foi efectuada esplenectomia
total (ET) e em três doentes
esplenectomia parcial (EP). Os motivos
mais relevantes na decisão da esplenectomia
foram: anemia com elevada reticulocitose
(n=14), esplenomegalia severa
(n=14), dependência transfusional (n=4),
litíase vesicular (n=5) e pancreatite litiásica
(n=2). O incremento médio de hemoglobina
pós-esplenectomia foi de 4,95 g/
dl (1,6-10,1). A erradicação de hemólise,
entendida como correcção da anemia,
reticulocitose e valor de bilirrubina total,
após a esplenectomia, verificou-se em 11
casos, três mantiveram reticulocitose moderada
(2EP+1ET), dois reticulocitose severa
(1ET+1EP). Não foram observadas
complicações graves pós-esplenectomia.
Em seis doentes observou-se trombocitose
sustentada. Cinco das dezoito crianças
submetidas a esplenectomia realizaram
esplenectomia com colecistectomia concomitante,
por lítiase vesicular. Nove doentes
realizaram apenas colecistectomia
num único tempo cirúrgico. Conclusões: As opções seguidas
estão de acordo com as recomendações
da literatura, ou seja, a maioria das EH
graves foram esplenectomizados precocemente,
apenas algumas EH moderadas
mais tardiamente, enquanto que os
casos ligeiros não foram esplenectomizados.
A colecistectomia isolada, realizada
em nove doentes, contraria a generalidade
da literatura, que recomenda face
a indicação para colecistectomia, a realização
em simultâneo, de esplenectomia.
Esta recomendação fundamenta-se num
eventual risco de recorrência de litíase
nas vias biliares. ABSTRACT
Objective: To evaluate the indications
for splenectomy and cholecystectomy,
its results and complications
in children with diagnosis of Hereditary
spherocytosis (HS).
Material and methods: The authors
retrospectively reviewed all cases of HS
followed in the Haematology Department
of our hospital between January of 1992
and August of 2007.The parameters evaluated
were: actual age, sex, HS classification accordingly to the criteria published
by the British Society for Haematology in
2004, co-inheritance of Gilbert Syndrome,
patients submitted to splenectomy and
cholecystectomy; age at surgery; surgical
method (laparotomy/laparoscopy; total/
partial splenectomy); relevant parameters
for splenectomy and cholecystectomy
(anemia, reticulocits number, transfusion
dependence, splenomegaly, gallstones;
extramedullary hematopoiesis and others);
analytic results before and after surgery
(hemogram, reticulocits count, total
bilirrubin, iron bioquimics); prophylactic
attitude in respect of complications due
to splenectomy (previous vaccination,
prophylactic and therapeutic antibiotics);
assessment of possible complications
(sepsis, thrombosis, gallstones) in patients
submitted to splenectomy. It was
performed a descriptive analysis recurring
to the software SPSS, 13rd version.
Results: Fifty-two patients were diagnosed
with HS. Nineteen patients were
classified as mild HS, 24 as moderate HS
and nine as severe HS. Total splenectomy
(TS) was performed in 15 patients and
partial splenectomy (PS) in three patients.
The most relevant motives in the decision
to splenectomy were: anaemia with high reticulocyte
count (n=14), severe splenomegaly
(n=14), transfusion dependence (n=4),
gallstones (n=5) and pancreatitis by cholelithiasis
(n=2).The median haemoglobin
increment after splenectomy was 4.95g/dl
(1,6-10,1). The eradication of haemolysis,
perceived as anaemia, reticulocitosis and
bilirrubinemia correction, after splenectomy,
was observed in 11 patients, three maintained
moderate reticulocytosis (2PS+1TS)
and two maintained severe reticulocytosis
(1TS+1PS). We did not observe severe complications
after splenectomy. In six patients
persistent thrombocytosis was observed.
Five from the eighteen children submitted to
splenectomy realize both splenectomy and
cholecystectomy, because of the presence
of gallstones. Nine patients were submitted
to cholecystectomy in one surgical time. Conclusions: The options followed
agreed with the recommendations suggested
in the literature: the majority of
the severe HS were splenectomized
early, some of the moderate forms were
splenectomized later and the milder
forms were not submitted to splenectomy.
The isolated cholecystectomy, realized
in nine patients, refute the general literature,
that recommends at the same time
of the cholecystectomy the realization
of splenectomy. This recommendation
fundaments in the eventual risk of recurrence
of gallstones in biliar routes.
Description
Keywords
Esferocitose hereditária esplenectomia colecistectomia Hereditary spherocytosis splenectomy colecistectomy
Citation
Nascer e Crescer 2009; 18(2): 73-77