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Avaliação Acústica e Áudio Percetiva na Caracterização da Voz Humana

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A análise e descrição da voz humana não se assumem como uma tarefa fácil nem consensual. A multidisciplinaridade e multidimensionalidade das tarefas de recolha das amostras de voz e as formas de classificação posteriores refletem a complexidade de todo o processo de avaliação vocal. A componente empírica da dissertação pressupôs a realização de uma descrição aprofundada de dois dos formatos mais comuns de caracterização da voz humana – a medição através do método acústico e a classificação com base em escalas áudiopercetivas. Pretendeu-se fazer uma revisão e reflexão crítica acerca da dificuldade de associação direta destas duas dimensões. O trabalho de investigação de campo incluiu a construção de um banco de dados de 90 vozes, com graus de alteração distintos, em adultos falantes do Português Europeu. Estas foram classificadas áudio-percetivamente, através da escala GRBAS, por um painel de 10 peritos nesta forma de avaliação. As amostras foram também analisadas por quatro tipos de software distintos de análise acústica: por um software opensource (PRAAT) e três comercializados (Multi Dimensional Voice Program - MDVP, da Kay Elemetrics; VoiceStudio, da Seegnal; Dr. Speech, Tiger Electronics). O processo culminou com a descrição e discussão dos resultados obtidos. Concluiu-se que apesar de ser cada vez mais fácil aceder a programas de software e existirem inúmeras propostas de medidas acústicas, nem todas têm representatividade estatística e similitude numérica entre as diferentes aplicações. No estudo desenvolvido o valor preditivo das mensurações do sinal face aos parâmetros áudio-percetivos assumiu magnitudes desde um nível fraco (R2 a=0,17) a moderado (R2 a =0,71). Registou-se, ainda, que a capacidade de avaliação áudio-percetiva incorre em viés, apesar dos valores dos intervalos de confiança a 95% das correlações entre as classificações médias dos peritos (CCIC) estar acima de 0.9 para os parâmetros G(Grau Geral), R(Rugosidade), e B(Soprosidade). Os parâmetros A(Astenia) e S(Tensão)tiveram uma consistência inferior. Assim, os dez peritos manifestaram critérios similares de avaliação para os cinco parâmetros da GRBAS em análise, porém não fizeram a sua quantificação de forma estatisticamente semelhante, o que condicionou os resultados apresentados e implicou a definição de critérios para seleção dos peritos mais consistentes na classificação realizada. A par com a realização do trabalho descrito, construiu-se um software de treino e teste em avaliação áudio-percetiva Voice-PE (Voice – Perceptual Evaluation) baseado nas classificações dos seis peritos mais consistentes, para atuais e futuros terapeutas da fala e outros utilizadores deste modo de classificação da voz, assim como são apresentadas fórmulas de quantificação/descrição da qualidade vocal que conjugaram os parâmetros da escala GRBAS e os valores das medidas de análise acústica obtidos para os diferentes tipos de software analisados no trabalho levado a cabo. Apesar do estudo do sinal da fala ganhar robustez e eficiência com a possibilidade de concordância entre os seus componentes acústicos e percetivos – desde a fase do diagnóstico até à intervenção propriamente dita do terapeuta da fala – a sua concretização é difícil e variável. Caberá sempre ao avaliador apreender e dominar as diferentes formas de recolha, análise e caracterização do sinal vocal, no sentido de melhor conseguir traçar estimativas do seu processo de produção fisiológica e perceção acústica.

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voz avaliação percetiva parâmetros acústicos treino áudio percetivo

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Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

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