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- Criança em risco - estudo multicêntricoPublication . Vale, M.J.; Borges, T.; Alexandrino, A.; Gesta, C.; Casanova, C.; Lunet, N.; Dias, C.Objectivos: Caracterizar as crianças em risco ou maltratadas identificadas nos hospitais da região Norte de Portugal e conhecer os mecanismos de protecção à criança existentes nessas instituições. Material e Métodos: Foram avaliadas as crianças com idade inferior a 18 anos, referenciadas ao Serviço Social em 2005, através da consulta retrospectiva dos processos clínicos/sociais. Foi calculada a proporção de crianças classificadas como estando em risco ou tendo sido maltratadas. Compararam-se as características dos indivíduos em que se observaram os diferentes tipos de mau trato e risco através da prova do χ2 ou do teste exacto de Fisher. Resultados: Participaram no estudo quinze hospitais; cinco tinham Núcleo de Apoio à Criança e Jovem em Risco. Das 804 crianças, 53,2% eram do sexo masculino e 68,3% tinham menos de 3 anos. Os motivos de sinalização foram: risco (79,4%), negligência (20,5%), mau trato físico (5,4%), mau trato psicológico (3,7%), abandono (5,6%) e abuso sexual (3,5%); 25% das crianças já tinham sido referenciadas ao Serviço Social. Foi pedido o acompanhamento da Comissão Protecção Crianças Jovens em Risco em 30,1% e do Tribunal de Menores e outras instâncias judiciais em 14,5% dos casos sinalizados. Os casos de maus tratos ou risco foram mais frequentemente perpetrados pela mãe (88,2%) e pelo pai (55,2%). Comparativamente com outras formas de mau trato, o abuso sexual foi mais frequente em crianças do sexo feminino (6,3% vs 1,2%, p<0,001) e mais frequentemente perpetrado por Desconhecidos (31,6% vs 2,8% p<0,001) ou Outros (27,5% vs 1,9% p<0,001). Conclusão: A elevada percentagem de crianças sinalizadas por risco traduz uma maior preocupação dos profissionais de saúde com esta problemática, embora seja necessário uniformizar os critérios de referenciação e protocolar a recolha de informação referente à criança, família e caracterização do mau trato. Urge melhorar o funcionamento das equipas de intervenção social e permitir que as medidas de protecção instituídas sejam cumpridas. ABSTRACT Objectives: The aims of the present study were to characterize the children at risk or maltreated identified in hospitals from the north of Portugal and to describe the child protection mechanisms available in these institutions. Material and methods: All children aged 0 to 17 years evaluated by the Social Services during 2005, were eligible for this study. Data was obtained from retrospective consultation of the social and medical files. The proportion of children abused or at risk of maltreatment was calculated. The characteristics of individuals suffering different types of abuse or at risk of maltreatment were compared using χ2 and Fisher exact tests. Results: Fifteen hospitals participated in this study; five of them had Children Protective Comittees (Nucleo de Apoio à Criança e Jovem em Risco). Information was obtained for 804 children (53.2% male; 68.3% aged less than 3 years). Referral to Social Services was due to: risk of maltreatment (79.4%), child neglect (20.5%), physical abuse (5.4%), emotional abuse (3.7%), abandonment (5.6%) and sexual abuse (3.5%); 25% had had a previous referral to the Social Services. Follow-up by Children Protective Services and Family Court were solicited in 30.1% and 14.5% of the cases respectively. The mother (88.2%) and the father (55.2%) were the most usual perpetrators of child abuse or risk of maltreatment. Compared to other types of abuse/maltreatment, sexual abuse was more frequent among females (6.3% vs 1.2%, p<0,001), and more frequently perpetrated by strangers or other persons besides the parents (27.5% vs 1.9% p<0,001). Conclusion: The high detection of children at risk of maltreatment probably reflects the health professionals concern about this subject. However it’s necessary to establish uniform referral criteria to the Social Services to standardize procedures and to maintain records regarding reports and families. It’s urgent to improve the coordination of Children Protective Services, law enforcement, schools, mental health and other institutions.
- Isoimunização Rh a Múltiplos AntigéniosPublication . Mesquita, S.; Proença, E.; Alexandrino, A.RESUMO A doença hemolítica perinatal isoimune (DHP) resulta da destruição dos eritrócitos fetais e do recém-nascido por anticorpos maternos dirigidos especificamente contra os antigénios de membrana dessas células. Os autores apresentam um caso de isoimunização Rh a antigénios múltiplos, anti-C, D e E, num 2º filho de um casal com antecedentes de abortamento espontâneo e um 1º filho com DHP anti- CDE e necessidade de transfusão permuta. Apesar da gravidade, com necessidade de várias transfusões- permuta e concentrados de plaquetas, a doença acabou por evoluir favoravelmente. O evento sensibilizante desta isoimunização terá sido o abortamento, sete anos antes, em que não foi feita profilaxia anti-D. O principal objectivo na DHP é, sempre que possível, a prevenção da isoimunização primária e a identificação precoce dos casos em que a isoimunização já ocorreu. A propósito deste caso, são discutidos os factores envolvidos na falência da prevenção e os responsáveis pela sua gravidade. Os autores concluem que o erro humano constitui um dos principais factores implicados no aparecimento e gravidade da maioria dos casos de DHP. ABSTRACT The haemolytic perinatal isoimune disease (HPD) results from the destruction of fetal and newborn erythrocytes by maternal antibodies directed specifically against membrane antigens of those cells. The authors present a case of Rh isoimmunization by multiple antigens, anti-C, D and E, in a second offspring of a couple which previously had had a spontaneous abortion, and then a first offspring with HPD anti-CDE who needed an exchange transfusion. Despite the severity of the disease, requiring several exchange transfusions and platelet transfusions, the outcome was favourable. The event responsible for this isoimmunization was the previous spontaneous abortion, which was not followed by anti-D prophylaxis. In the management of the HPD the main goals are the prevention of primary isoimmunization and the early identification of those cases in which isoimmunization already occurred. In the reference case we discuss the factors responsible for the failure in the prevention and for its severity. The authors conclude that human error remains one of the main factors responsible for the majority of the DHP cases and its severity.
- Transmissão Mãe-Filho da Infeção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana do tipo1Publication . Fernandes, A.; Amaral, B.; Carinhas, M.; Vasconcelos, O.; Horta, A.; Alexandrino, A.; Marques, L.Introdução: A Infeção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana do tipo 1 (VIH1) na criança ocorre quase exclusivamente por transmissão mãe-filho (TMF). Sem profilaxia ocorrem taxas de transmissão de 15-25%, diminuindo para <2% quando são adotadas medidas adequadas. Objetivo: Avaliar a TMF da Infeção VIH numa maternidade. Material e Métodos: Estudo retrospetivo, com consulta do processo clínico, de crianças de mães com Infeção VIH1, nascidas na Maternidade Júlio Dinis de Janeiro de 2006 a Dezembro de 2011. Definida não Infeção se 2 testes virológicos negativos (um após os 4 meses) e ausência de clínica. Analise estatística – programa Epi-InfoR v.3.5.1 (Teste Fisher, p <0,05). Resultados: Nasceram 77 crianças com risco de transmissão VIH1, 45 do sexo masculino (58.4%) e 15 (19.5%) prematuros. Diagnostico de Infeção materna ocorreu na gestação em 24 (31.6%) e no parto numa (1.3%). Sete (9.2%) Não efetuaram terapêutica anti retrovirica (TARV) na gravidez e 9 (12.3%) apresentavam carga vírica >1.000 copias no parto. Nasceram por parto eutocico 4 (5.2%) e 10 (13%) tiveram rotura membranas (RM) ≥4h. Nenhum efetuou leite materno e todos fizeram profilaxia no periodo neonatal; 17 (22.1%) efetuaram profilaxia com 3 fármacos, associado a ausência de TARV na gravidez e parto, carga vírica materna >1.000 copias, RM≥4h, RM espontânea e prematuridade. Um recém-nascido (1.3%) faleceu. Nenhuma criança foi infetada. Cerca de um terço (35.5%) apresentou alterações hematológicas e 23 (30.3%) na função hepática, ambas reversíveis. Conclusão: Na população estudada não ocorreu TMF da Infeção VIH1, apesar de apresentar fatores que aumentam o risco de transmissão numa elevada percentagem de casos.