RN&C: Ano de 2015
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- Acalásia na adolescência – dois casosPublication . Silva, I.; Morais, R.; Ferreira, P.; Cunha, F.Introdução: A acalásia é uma doença rara, particularmente em idade pediátrica. Caracteriza-se por aperistaltismo do esófago e inadequado relaxamento do esfíncter esofágico inferior. A sua etiologia está ainda pouco esclarecida. Casos clínicos: Descrevem-se dois adolescentes com disfagia para sólidos e líquidos, vómitos, perda ponderal e tosse noturna, durante vários meses. Inicialmente foi considerada a hipótese de doença do comportamento alimentar, mas a investigação posterior levou ao diagnóstico de acalásia confirmado por manometria esofágica num caso e por biópsia intraoperatória no outro. Foram submetidos a miotomia de Heller com procedimento antirrefluxo, um por laparoscopia e outro por laparotomia, com evolução favorável. Discussão/conclusões: Destacamos a raridade e desafio diagnóstico destes casos. A sintomatologia inespecífica leva frequentemente ao diagnóstico de doença do comportamento alimentar, protelando o tratamento dirigido. Na persistência de sintomas é mandatório considerar a hipótese de acalásia, sendo a manometria esofágica o exame diagnóstico de escolha. O tratamento de eleição é cirúrgico, salientando-se a eficácia das diferentes técnicas aplicadas.
- O adolescente e a doença crónica: a propósito de um caso de adolescente com Síndrome de Klippel-TrenaunayPublication . Canha, João; Portinha, InêsIntrodução: A relação do adolescente com a doença cró- nica é complexa e causa desequilíbrios no seu desenvolvimento biopsicossocial. A adolescência constitui uma fase crítica de mudança que pode afectar e ser afectada pela doença, independentemente da sua especificidade. Caso Clínico: Adolescente de 16 anos do sexo masculino, portador de síndrome de Klippel-Trenaunay, que apresenta sintomatologia do foro depressivo e ansioso, alteração de atitudes e comportamentos face à doença e dificuldade na adesão terapêutica, relacionados com o processo de integração e gestão da sua doença, com impacto físico, psíquico e social. Conclusão: As alterações desenvolvimentais da adolescência colocam desafios acrescidos à gestão da doença crónica. Por isso, impõe-se aos serviços de saúde a compreensão do seu impacto global - com especial atenção à percepção da qualidade de vida e bem-estar - e a criação de espaço para que este possa ser abordado e minimizado.
- Ambiente de sono seguro no primeiro ano de vidaPublication . Azevedo, L.; Mota, L.; Machado, A.Introdução: A maioria dos cuidados antecipatórios relativos à promoção de um ambiente de sono seguro estão relacionados com a prevenção do Síndrome da Morte Súbita do Latente. Na atualidade, esconhece-se até que ponto as medidas preventivas recomendadas são praticadas pelos progenitores. Objetivos: Caracterizar os comportamentos maternos relacionados com a promoção de um ambiente de sono seguro durante o primeiro ano de vida. Material e Métodos: Foi realizado um estudo observacional, descritivo e transversal, com uma amostra de conveniência constituída pelas mães de crianças com idade inferior ou igual a 12 meses, com consulta entre 01.09.2012 e 30.12.2012. Os dados foram recolhidos através da aplicação de um questionário anónimo, para auto preenchimento pelas mães, e procedeu-se à análise estatística descritiva. Resultados: Obtiveram-se 89 questionários; 38.2% das inquiridas optaram preferencialmente pelo decúbito dorsal para colocar a criança a dormir e, das 58.4% que optaram pelo decúbito lateral 75.0% fizeram-no por considerarem ser a posição mais segura; 89.9% das inquiridas referiram colocar a criança a dormir no mesmo quarto dos pais, sendo que 68.5% afirmaram terem adormecido com a criança na sua cama pelo menos uma vez, enumerando como principais motivos: para acalmar a criança (60.7%) e/ou maior comodidade na amamentação (31.1%). Discussão e Conclusão: Apesar das limitações próprias do estudo, constatou-se uma baixa adesão das inquiridas às recomendações atuais relacionadas com a promoção de um ambiente de sono seguro pelo que é importante que os profissionais de saúde abordem esta temática, alertando os pais para os riscos e benefícios inerentes às suas práticas.
- Anafilaxia e alergia alimentar: O resultado de uma intervenção na comunidadePublication . Ferreira, Helena; Ferreira, Carla; Silva, Armandina; Costa, Alberto; Pedrosa, CláudiaIntrodução e Objectivos: A anafilaxia é uma emergência médica potencialmente fatal quando não tratada, sendo importante a disseminação do conhecimento desta entidade na comunidade. O objectivo deste trabalho foi avaliar os resultados da implementação de uma acção de formação sobre conceitos básicos de alergia alimentar e anafilaxia, dirigida a funcionários de escolas e infantários, pretendendo-se desenvolver a sua capacidade em reconhecer a situação clínica e intervir correcta e precocemente. Métodos: Entre Dezembro de 2013 e Março de 2014 foram visitadas seis instituições frequentadas por crianças seguidas na Consulta de Pediatria por anafilaxia alimentar. Foram recrutados funcionários das instituições e aplicado um questionário antes e depois da sessão teórico-prática sobre alergia alimentar e anafilaxia. Este questionário foi aprovado para ser usado neste projeto pela Sociedade Portuguesa de Alergologia Pediátrica. Para avaliação da pontuação global dos conhecimentos cada resposta correta foi cotada com um ponto, sendo que a pontuação máxima era de oito pontos. O estudo estatístico incluiu análise descritiva, cálculo de frequências e estudo comparativo através do teste t de Student. O tratamento estatístico foi efetuado com recurso a software estatístico (SPSS Statistics ver- são 20). Resultados: Participaram na formação 77 funcionários, dos quais 51 foram avaliados antes e depois da sessão teórica. Relativamente aos resultados antes da sessão, verificou-se que 98% dos inquiridos sabiam que a anafilaxia é uma emergência médica potencialmente fatal e que mesmo quantidades muito pequenas do alergénio podem provocar uma reação anafilática. Apenas 55% sabia reconhecer os sintomas de uma reação anafilática e o uso adequado do auto injetor da adrenalina, sendo que 24% nunca tinham ouvido falar deste. A pontuação média antes e depois das sessões foi de 6.3/8 e 7.5/8 respetivamente (p<0.001). O reconhecimento dos sintomas e tratamento da anafilaxia foram os tópicos responsáveis pelo maior aumento do score após formação. Todos os participantes se disponibilizaram para receber formações periódicas. Conclusão: Este trabalho demonstrou que metade das pessoas que lidam com crianças com antecedentes de anafilaxia não sabem reconhecer nem atuar perante esta. A formação dos funcionários parece ter tido um impacto positivo na aquisição de noções básicas de alergia alimentar e anafilaxia, uma vez que se verificou um aumento significativo no conhecimento deste tema. Apesar das limitações do estudo dado o tamanho da amostra, a implementação desta formação mostrou ser um instrumento eficaz na capacitação desta população para a abordagem de uma situação, potencialmente fatal. Salienta-se ainda a necessidade deste tipo de intervenção de um modo regular na comunidade.
- Assistência pediátrica de uma viatura médica de emergência e reanimação no interior do paísPublication . Dias, Ana Lopes; Ferreira, Jorge Abreu; Preto, Clara; Próspero, Fernando; Gaspar, Eurico; Calviño, JuanIntrodução: A viatura médica de emergência e reanimação (VMER) destina-se à intervenção pré-hospitalar, sendo 5-15% das ativações relativas à idade pediátrica. O objetivo do estudo foi caracterizar a assistência à população pediátrica da VMER de Vila Real, para melhor identificar lacunas e definir estratégias para as colmatar. Material e Métodos: Análise retrospetiva dos registos da base de dados referentes aos doentes com idade inferior a 18 anos, assistidos entre Janeiro de 2005 e Dezembro de 2012 (oito anos). Resultados: No período analisado registaram-se 8131 ativações, 463 (5,7%) para doentes com idade inferior a 18 anos, sendo a idade média de 8,2 anos. O tempo médio de chegada ao local de assistência foi de 18 minutos. Em 22,2% das situações foi efetuado rendez-vous. O principal motivo de ativação foi doença aguda (39,5%), sendo que 43,2% por convulsão. As situações de trauma corresponderam a 36,5%. Abaixo dos dois anos predominou a doença aguda e na adolescência o trauma (p <0,001). As medidas de suporte avançado de vida foram instituídas em 5,2% dos doentes. Foram transportados 398 doentes para unidades hospitalares (86%). Ocorreram 13 óbitos (2,8%). Discussão: Os principais motivos de ativação foram a doença aguda em idade inferior a dois anos e o trauma na adolescência. O tempo médio de chegada ao local, a elevada percentagem de rendez-vous e de partos, poderão justificar-se pela particularidade da topografia regional. O número total de ativações neste grupo etário, que apresenta particularidades no tratamento, evidencia a necessidade e justifica o investimento em formação dos recursos humanos.
- Caso Dermatológico: Granuloma anularPublication . Carvalho, Sandrina; Machado, Susana; Selores, ManuelaGranuloma annulare represents a benign idiopathic inflammatory and self-limiting dermatosis with characteristic clinical and histopathological pattern that justify its designation. It is characterized by annular or arciform erythematous plaques, preferably affecting the extensor surface of upper and lower limbs of younger patients. There are four main variants of granuloma annulare: localized, generalized, subcutaneous and perforating. In childhood, localized and subcutaneous forms are most commonly observed. We describe the case of a seven-year-old girl with localized granuloma annulare.
- Caso electroencefalográfico: Síndroma de PanayiotopoulosPublication . Aires, S.; Carvalho, J.; Chorão, R.Introdução: O Síndrome de Panayiotopoulos é a segunda epilepsia focal idiopática infantil mais comum, com um pico de incidência aos 4-5 anos. A sua incidência é subestimada devido às manifestações clínicas atípicas, caracterizando-se por crises com predomínio de sintomas autonómicos. Caso clínico: Descreve-se um caso clássico de Síndrome de Panayiotopoulos, com crises recorrentes, com boa resposta à terapêutica antiepiléptica e remissão após alguns anos. Conclusão: Salienta-se a importância da suspeição clínica deste síndrome epiléptico e a utilidade do registo electroencefalográfico que inclua um período de sono. Na maioria dos casos o prognóstico é bom, apesar de ser necessário manter o tratamento por um período de tempo variável.
- Caso estomatológico: Quisto odontogénico dentígeroPublication . Amorim, José M. S.A 9-year-old child was referred to Pediatric Dentistry Consul- tation due to a painful mandibular swelling, with slow growth and not responding to antibiothicotherapy. Physical examination showed mandibular swelling in the 4th quarter, with lush bulging of the vestibular cortical bone. The imaging study (dental orthopantomography and mandi- bular CT) revealed radiolucent image, which stretched from al- veolar crest to the basic board, where was placed the tooth 45. The diagnosis of dentigerous cyst was made. Treatment consisted of excision of the cyst along with the extraction of the associated tooth, without inferior dental nerve injury.
- Contracepção em adolescentes nos últimos 15 anos: perspectiva de um Centro de Atendimento a JovensPublication . Silva, Teresa Teixeira da; Lima, Tânia; Vieira, Bruna; Conde, Cidália; Fernandes, Mónica; Santos, Joana; Teixeira, Marcília; Oliveira, TeresaIntrodução: O aconselhamento contraceptivo é um elemento chave na estratégia da prevenção da gravidez e das infecções sexualmente transmissíveis nos adolescentes. Objectivo: Avaliar o comportamento das adolescentes que recorreram a um Centro de Atendimento a Jovens (CAJ) nos últimos 15 anos relativamente à sua saúde sexual e reprodutiva e escolha contraceptiva. Materiais e Métodos: Estudo retrospectivo de adolescentes do sexo feminino com idade inferior a 18 anos, que recorreram pela primeira vez ao CAJ nos anos de 1997, 2002, 2007 e 2012 (grupos 1,2,3 e 4, respectivamente). Os dados foram analisados utilizando os programas SPSS 21.0 e Microsoft Excel 2007. Resultados: A maioria das adolescentes era sexualmente activa (61,5% em 1997 vs 76,5% em 2012, p=0,01) e verificou- -se um aumento, ao longo dos anos, das adolescentes que realizavam contracepção hormonal regular previamente à consulta (8,4% em 1997 vs 21,4% em 2012, p<0,001). Nas adolescentes que não realizavam Contracepção Hormonal (CH) e recorreram à consulta para a iniciar, verificaram-se os seguintes resultados: 1997 - 98,6% iniciaram Contracepção Oral Combinada (COC); 2002 – 100% iniciaram CH [99,1% - COC; 0,9% implante sub-cutâneo]; 2007 - 90,9% iniciaram CH [83% - COC; 16,4% -implante subcutâneo; 0,6% - adesivo transdérmico]; 2012 - 97% iniciaram CH [85,9% - COC; 14,1% - implante subcutâneo]. Conclusão: Ao longo dos anos estudados, verificou-se um aumento do número de jovens que já utilizavam um contraceptivo hormonal à data da primeira consulta. A COC continua a ser o método contraceptivo de eleição nas adolescentes, embora se observe uma crescente adesão ao implante subcutâneo.
- Criança com múltiplas equimoses… Serão maus tratos?Publication . Marcos, S.; Valério, M.; Vilhena, M.Caso clínico: Os maus tratos infantis são um problema de saúde pública que pode, em algumas situações, ser mimetizado por patologia da hemóstase. Pretende-se alertar para esta problemática através da descrição do caso clínico de uma criança com quadro de discrasia hemorrágica (equimoses dispersas), em que se levantou a suspeita de abuso físico. Da avaliação realizada, incluindo o estudo da coagulação, conclui-se tratar--se de Doença de von Willebrand tipo I grave, não se tendo provado disfunção social. Comentários: Perante uma suspeita de maus tratos baseada em sinais de discrasia é absolutamente necessário excluir uma alteração da hemostase. A avaliação laboratorial deve ter em conta a história pessoal e familiar de discrasia, as alterações do exame objetivo e a prevalência das patologias. A confirmação diagnóstica de uma patologia da hemóstase não exclui, contudo, um mau trato físico concomitante devendo ser mantida a vigilância da situação social