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- Alimentação em final de vida: A opinião dos enfermeirosPublication . Pinto, JorgeRESUMO A alimentação em final de vida desempenha um papel importante, uma vez que afeta o doente, a família e os próprios profissionais. Os Enfermeiros, sendo aqueles que estão mais próximos do doente, têm como foco da sua atenção e intervenção a alimentação do doente. No entanto, pouco se sabe sobre a sua opinião relativamente à alimentação do doente terminal (Bryon, de Casterlé & Gastmans, 2008). Desta problemática emergem duas questões de investigação: “Qual é a opinião dos Enfermeiros relativamente à alimentação do doente terminal?” e “Como percebem os Enfermeiros o início/suspensão da alimentação no doente terminal?”; bem como dois objetivos centrais: “Conhecer a opinião dos Enfermeiros relativamente à problemática que envolve a alimentação em final de vida” e “Analisar a opinião dos Enfermeiros relativamente ao início/suspensão da alimentação no doente terminal”. Neste sentido foi realizado um estudo descritivo do tipo inquérito e transversal, em que a população é constituída por todos os Enfermeiros que prestam cuidados diretos aos doentes internados nos serviços de medicina (três) do Centro Hospitalar do Porto – Hospital Geral de Santo António. Para a recolha de dados foi construído um questionário de raiz. A amostra é constituída por 74 Enfermeiros, com uma média de idades de 31 anos, maioritariamente do género feminino e com uma experiência profissional média de sete anos. Pouco mais de 66% da amostra possui formação em Cuidados Paliativos, sendo que a média de horas de formação é de aproximadamente de 73 horas. A maioria dos Enfermeiros (63%) pratica uma religião, sendo que a única religião praticada é a Católica. Relativamente à opinião dos Enfermeiros sobre a alimentação em final de vida é possível concluirmos que: • A esmagadora maioria dos Enfermeiros (95%) é da opinião que se deve respeitar a vontade do doente terminal, caso este recuse alimentar-se; • Cerca de 85% dos inquiridos não considera a suspensão da alimentação no doente terminal uma prática negligente; • A maioria dos Enfermeiros (85%) nega que a sua decisão de suspender/continuar a alimentar um doente terminal seja influenciada pelas suas crenças religiosas; 7 • A esmagadora maioria dos Enfermeiros (92%) não concorda que suspensão da alimentação no doente terminal seja sinónimo que este vá morrer à fome; • A maioria dos Enfermeiros não considera que é fundamental colocar uma SNG para continuar a alimentar o doente terminal que apresenta recusa alimentar (96%) ou que se encontra prostrado (80%); • Uma grande parte dos Enfermeiros (84%) considera que a decisão de continuar/suspender a alimentação do doente terminal deve ser tomada pela equipa interdisciplinar (onde estão incluídos o doente e a sua família); • Mais de 87% dos Enfermeiros partilha da ideia que a família pensa que se não alimentarmos o doente terminal este vai morrer à fome; • Perto de 86% dos Enfermeiros considera que é frequente haver atitudes contraditórias dentro da equipa multidisciplinar na decisão de suspender/continuar a alimentar o doente terminal; • Todos os Enfermeiros (100%) concordam que o facto de suspender a alimentação num doente terminal não é sinónimo de o estarmos a matar.
- Análise da Marcha na Artroplastia da AncaPublication . Martins, A.O objectivo deste estudo consistiu em determinar as repercussões biomecânicas no ciclo de marcha em indivíduos com artroplastia da anca não cimentada há mais de um ano. Foram analisados os parâmetros cinéticos, cinemáticos e dinâmicos de uma amostra de 18 indivíduos (9 indivíduos sem patologia – grupo controlo e 9 indivíduos com artroplastia da anca unilateral não-cimentada) do sexo masculino. Na análise cinemática estudaram-se os movimentos articulares de diferentes segmentos dos membros inferiores no plano sagital. Os ângulos articulares definidos para este estudo foram os ângulos pé/solo, perna/pé, coxa/perna, e tronco/coxa; entre os segmentos corporais tronco, coxa, perna, pé. Na análise dinamométrica da marcha, usando a plataforma de forças, determinaram-se as componentes da força de reacção do solo (vertical, ântero-posterior e médio-lateral); foram obtidos em simultâneo os dados relativos à pressão plantar, recolhidos pelo sistema Pedar. O grupo de controlo registou um tempo de apoio aproximadamente igual ao que foi observado para qualquer dos membros inferiores dos indivíduos sujeitos a PTA; indicador de que a cirurgia permitiu melhorar significativamente a funcionalidade da marcha. Os valores do impulso (integral de Fy e de Fx) não apresentaram diferenças estatisticamente significativas entre grupos. Para o 1º e 2º picos da curva de Fz, os valores foram menores no grupo submetido à artroplastia da anca do que no grupo de controlo. Os valores mais elevados da pressão plantar variaram entre as diferentes áreas plantares e entre os grupos comparados. Os picos de pressão plantar máxima foram observados no instante tFymax, para os três grupos, na área do antepé. A análise cinemática permite concluir que, para os três grupos, a cirurgia da artroplastia total da anca provavelmente induziu alterações nos ângulos articulares da anca, joelho e tornozelo. Conclui-se que em indivíduos com PTA o instante de contacto do membro com o solo é a etapa mais determinante.
- Avaliação da eficácia de um programa de intervenção na promoção da adesão terapêutica em doentes com VIHPublication . Ribeiro, ClarisseIntrodução: A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) em Portugal é a mais representativa causa de morte entre os 30 e os 39 anos de idade. O principal factor de prognóstico associado à progressão da doença e morte é a não adesão terapêutica. Alcançar níveis de adesão elevados torna-se fundamental para o bem estar destes doentes e da comunidade. Apesar da importância da adesão, não existe disponível um instrumento standard que nos permita na prática clinica monitorizá-la. Objectivos: validar para a população portuguesa uma escala de medição de adesão à terapêutica antiretroviral e implementar um projecto de intervenção para a promoção da sua adesão. Métodos: Efectuado um estudo longitudinal por um período de nove meses numa população de 102 doentes com infecção pelo VIH não toxicodependentes em acompanhamento no Hospital Joaquim Urbano (HJU). Aplicou-se a “Escala Simplificada para detecção de Problemas de Adesão” (ESPA) para medir adesão terapêutica, usando para sua validação, valores de carga viral. Nos doentes não aderentes foi implementado um programa de intervenção cuja estratégia principal foi a realização de acções de educação para a saúde (AEPS). Resultados: A amostra era maioritariamente do género masculino (70%), com orientação heterossexual (78%) e com média de idade de 49 anos. Mais de ¼ da amostra (31%) apresentava escolaridade elevada (secundário e superior) e 35% trabalhava no sector terciário. A via de transmissão do VIH foi maioritariamente sexual (99%). Aplicado a ESPA verificamos que 48% dos participantes não aderia à TARV. Destes, 43% compareceram à 1.ª AEPS e 14% à 2.ª sessão. Após implementação do programa, as respostas erradas sobre VIH e medicação diminuíram de 21 para 3%, e a não adesão à TARV diminui para 22%. Isto é, em mais de 50% dos casos resultou no aumento nos linfocitos T CD4 e na diminuição da CV. Conclusões: A implementação de um projecto de intervenção comunitária nesta população revelou-se possível e eficaz, nomeadamente com resultados significativos na melhoria da adesão à TARV. O presente estudo, pelo seu caracter inovador, constitui sem dúvida um incentivo ao desenvolvimento de estratégias inovadoras de suporte continuado com eficiência na promoção da saúde.
- Avaliação de custos associados à infeção do local cirúrgico nos serviços de cirurgia geral do Hospital Geral Santo AntónioPublication . Aires, ErnestinaO custo económico relacionado com as infeções, pode traduzir-se num aumento da demora média da hospitalização, no aumento da utilização de antibióticos, no recurso a mais estudos laboratoriais e outros meios de diagnóstico para além dos custos intangíveis e sociais. Neste estudo pretendeu-se avaliar o custo das infeções do local cirúrgico (ILC) ocorridas durante o ano de 2009 nos serviços de cirurgia geral do Hospital Geral de Santo António, unidade do Centro Hospitalar do Porto (CHP). A população estudada correspondeu ao número total de registos de procedimentos cirúrgicos efetuados, à data da alta do doente, que foram enviados à comissão de controlo de infeção, num total de 1280 episódios de internamento, que correspondem a 44,2% da totalidade dos doentes saídos dos serviços cirúrgicos. Realizou-se um estudo retrospetivo de tipo caso-controlo em que as questões que orientaram a investigação e sobre as quais se apoiam os resultados foram: Quantos casos de ILC foram identificados? Quais os custos associados em termos de consumo de antibióticos e tempo de internamento nos casos e controlos? Qual o custo das ILC nos serviços de cirurgia geral do CHP? Foram identificados 37 casos (doentes com ILC), que correspondem a uma percentagem de 2,9% de um total de 1280 doentes. Os controlos, em igual número foram extraídos da restante população, recorrendo ao emparelhamento por código do procedimento cirúrgico, classificação American Society of Anaesthesiologists (ASA) e classe etária. A média de idade no grupo dos casos foi 63 anos, no grupo dos controlos 62 anos e na população 56 anos de idade. Das 37 ILC identificadas 25 foram classificadas como superficiais o que corresponde a 67,6%. O tipo de cirurgia urgente verificou-se em 57% dos casos. A ferida cirúrgica foi classificada como contaminada e/ou conspurcada em 54% dos casos. No presente estudo foi analisado o consumo de antibióticos com base na informação disponibilizada pelo Serviço de Sistemas de Informação e o cálculo final do custo foi efetuado pelo tempo de internamento em dias (desde o dia da intervenção cirúrgica até ao dia da alta) em que o valor de custo/dia foi disponibilizado pelo Gabinete de Informação para a Gestão. O cálculo foi efetuado para cada doente no respetivo serviço, sendo posteriormente, calculado o valor médio para as ILC em estudo. O resultado final foi de 3 323€. O conhecimento dos custos com o tratamento das infeções permite aos decisores pesar o custo/benefício e justificar os investimentos no âmbito da prevenção especialmente quando há estudos que demonstram que uma percentagem destas infeções é evitável.
- Avaliação do impacto da determinação do grupo fetal RhD na profilaxia da aloimunização na gravidezPublication . Valente, Maria EduardaRESUMO: Nos últimos 40 anos, os avanços no controlo da aloimunização permitiram que a doença hemolítica perinatal passasse a ser de prognóstico controlável e com fisiopatologia clara, tendo a profilaxia com imunoglobulina anti-D levado a que a doença se tornasse rara. No entanto, após a constatação do aparecimento de novos casos, decidiu-se pela implementação da administração de imunoglobulina anti-D às mulheres RhD negativas às 28 semanas de gestação. A partir de uma amostra de plasma materno, utilizando a técnica de Polymerase Chain Reaction (PCR), é possível determinar o grupo RhD fetal numa fase precoce da gravidez. A genotipagem fetal é particularmente útil em grávidas RhD negativas não sensibilizadas, em que é determinada a negatividade do feto ao antigénio D, uma vez que evita a imunoprofilaxia por recurso a um derivado do plasma humano – um bem escasso, finito, dispendioso e não isento de riscos. A implementação da determinação do grupo RhD fetal antes da imunoprofilaxia na gravidez implica um investimento a nível económico que é importante quantificar e avaliar em todas as vertentes. Embora a imunoprofilaxia a todas as mulheres RhD negativo seja actualmente a estratégia mais rentável, depreende-se que uma das principais vantagens da genotipagem fetal consiste na sua capacidade de aliar um custo efectivo expectavelmente decrescente com uma redução de riscos desnecessários para a saúde pública. ABSTRACT: In the last 40 years, progress in alloimmunization control was so great that haemolytic disease of the newborn (perinatal) has become a disease with a controllable prognostic and a clear physiopathology, having the prophylaxis with anti D immunoglobulin made it also a rare disease. However, after new cases of haemolytic disease of the newborn appeared, it was decided that anti-D immunoglobulin would be given to RhD negative women at 28 weeks of gestation. By using a maternal plasma sample, it is possible to apply a Polymerase Chain Reaction technique (PCR) to determine the fetal RhD blood group at an early stage of the pregnancy. Fetal genotyping is particularly useful with unsensitized RhD negative pregnant women; fetal negativity to the D antigen is determined, thus avoiding immunoprophylaxis with a human plasma derivative – a scarce, limited, expensive and not entirely risk free product. The determination of the RhD fetal group before immunoprophylaxis in pregnancy requires an economical investment which is important to quantify and evaluate in all its aspects. Although immunoprophylaxis to all RhD negative women is currently the most profitable strategy, it is understood that one of the main advantages of fetal genotyping is the capacity to ally a foreseeable decreasing cost with a reduction of unnecessary public health risk exposure.
- O efeito da referenciação de utentes para a Rede de Cuidados Continuados Integrados sobre a demora média dos internamentos no Centro Hospitalar do PortoPublication . Ferreira, LeonardoO envelhecimento constitui para as sociedades mais desenvolvidas uma questão cada vez mais decisiva, assumindo reflexos e implicações sobre as respostas sociais e de saúde dirigidas ao cidadão idoso. O modelo da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, implementado em 2006, surge como a operacionalização em Portugal de uma resposta articulada, intersectorial e de cariz holístico face às profundas necessidades de saúde e apoio social prevalentes numa sociedade envelhecida. A implementação deste modelo veicula um aumento da oferta disponível no âmbito do sistema de saúde e de solidariedade social, definindo estrategicamente uma agilização nos processos de alta de utentes e uma diminuição no tempo de internamento e nos custos dos hospitais de agudos. A presente investigação tem como objetivo principal estudar o efeito da referenciação de utentes para a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados sobre a demora média dos internamentos do Centro Hospitalar do Porto. O estudo de natureza quantitativa recorre a uma análise econométrica com base num Modelo de Regressão Linear Múltipla, estudando o efeito das variáveis idade, sexo, complexidade patológica, referenciação e alta para a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados sobre o tempo de internamento por episódio no período de 2010 e 2011. Paralelamente investigam-se discrepâncias ao nível das variáveis, entre utentes referenciados e não referenciados, bem como, a mediana do número de dias das etapas do circuito de referenciação no âmbito da instituição. Os resultados evidenciam que a referenciação e a alta de utentes para a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados acarretam um aumento do tempo de internamento e dos custos associados no Centro Hospitalar do Porto. As etapas do circuito de referenciação intrínsecas à instituição apresentam uma mediana de número de dias substancialmente superior à mediana regional, podendo justificar parte do acréscimo verificado no tempo de internamento.
- Effect of a single shot sciatic nerve block combined with a continuous femoral block on pain scores after total knee arthroplasty. A randomized controlled trialPublication . Carvalho, RaulBackground and Purpose: Postoperative pain after knee arthroplasty (TKA) is reported as severe in up to 60% of patients. Continuous femoral nerve blocks (CFNB) are a choice for major knee repair, but controversies remain about the need of supplemental sciatic Nerve blocks (SNB) for better analgesia. Our aim is to assess the effect of the association of a SNB to a CFNB to reduce postoperative pain after TKA. Methods: A prospective randomized, single blinded, controlled study, on 50 patients undergoing TKA. Control group received a CFNB before general anesthesia; in the intervention group a single shot SNB was added after the CFNB was done. After the end of surgery all patients started a continuous local anesthetic infusion through the femoral catheter in the PACU (Post-Anesthesia Care Unit). Pain scores were measured in the PACU and at 12h and 24h postoperative using a Visual Analog Scale (VAS). Results: VAS pain scores (mm) were lower and statistically significant for the intervention group up to 12h postoperative: PACU admission mean VAS=59.4 vs. 30.2, p= 0.001; at 12h mean VASr=26.1 vs. 9.2, p=0.006; at 24h mean VASr=30.1 vs. 32.7, p=0.723. Conclusions: The association of a single shot SNB with a CFNB significantly reduces postoperative pain scores after TKA up to 12h. At 24 h there are no differences between groups.
- Enterobacteriaceae produtoras de beta-lactamases de espectro alargadoPublication . Lima, SilviaAs Enterobacteriaceae produtoras de beta-lactamase de espectro alargado têm sido consideradas importantes agentes patogénicos hospitalares durante as últimas décadas. Hoje em dia a disseminação da resistência na comunidade é uma verdadeira ameaça, nomeadamente em nichos específicos, como os lares para idosos. A colonização fecal de pessoas saudáveis, principalmente com enzimas do tipo CTX-M, é uma realidade que pode comprometer o controlo de infecção nos cuidados de saúde hospitalares e na prestação de cuidados continuados. Assim, o rastreio de portadores de Enterobacteriaceae produtoras de beta-lactamases de espectro alargado na admissão hospitalar é de grande importância na detecção de surtos nas enfermarias, particularmente, nas de maior risco. Outros genes de resistência são também disseminados horizontalmente sendo a multirresistência uma realidade nesses isolados. A contribuição de animais, domésticos e selvagens, para a disseminação é outra ligação que já foi abordada na transmissão entre espécies de estirpes multirresistentes de humano para animal e vice-versa. Outra contribuição para a dispersão pode ser os produtos alimentares. A colonização fecal de crianças com Enterobacteriaceae produtoras de beta-lactamase de espectro alargado é uma realidade já relatada em Portugal que pode comprometer a admissão pediátrica hospitalar e o tratamento das infecções por estas estirpes. Esta realidade deve ser tomada em conta na prática clínica na comunidade, com consequências nos tratamentos empíricos adequados, nomeadamente nas infecções do tracto urinário, por estas estirpes, devido à limitação terapêutica. Também na admissão hospitalar de grupos específicos da população deve-se ter em conta a probabilidade de colonização fecal por Enterobacteriaceae produtoras de beta-lactamase de espectro alargado. Isto é um novo desafio da saúde pública para os médicos, laboratórios de microbiologia, hospitais e serviços de saúde em geral.
- Envolvimento emocional do pai com o bebé: impacto da experiência de partoPublication . Brandão, SóniaA transição para a parentalidade é um momento de grande vulnerabilidade emocional tanto para as mães como para os pais. Os homens, tal como as mulheres são grandemente afectados pela gravidez e nascimento do seu filho(a). Este período comporta mudanças que têm grande influência no envolvimento emocional do pai com o seu bebé. Neste contexto, o objectivo geral deste estudo descritivo correlacional, em que foi usada uma metodologia quantitativa, é avaliar o envolvimento emocional dos pais com os bebés na sequência do parto. Este trabalho tem ainda como objectivo específico verificar o impacto da experiência do corte do cordão umbilical pelo pai, no envolvimento emocional entre o pai e o bebé. A amostra foi constituída por 105 pais que acompanharam o trabalho de parto das suas companheiras e o respectivo nascimento do seu filho(a), no Núcleo de Partos do Centro Hospitalar do Porto - Unidade Maternidade Júlio Dinis, escolhidos através de um processo de amostragem aleatória simples, mas que obedecia a alguns critérios de exclusão. Os dados que serviram de base a este estudo foram recolhidos através da aplicação de dois questionários: um questionário Sócio-Demográfico e um questionário de Bonding, este aplicado em três momentos (no momento em que o futuro pai entra na sala de partos, após o parto e um mês depois do nascimento), em que foi utilizada a Escala de Bonding para a avaliação do envolvimento emocional do pai com o bebé. Estes questionários foram preenchidos pelos pais de forma anónima e os dados foram analisados através de tratamento estatístico. Os resultados demonstram que o envolvimento emocional entre o pai e o bebé tem tendência a aumentar nos primeiros dias após o parto e a diminuir quando avaliado no primeiro mês após o parto. O impacto da experiência do corte do cordão umbilical pelo pai, no envolvimento emocional entre o pai e o bebé aponta que os pais que cortaram o cordão umbilical dos seus filhos no momento do parto têm uma melhoria significativa no envolvimento emocional. Os resultados sugerem assim que o corte do cordão umbilical efectuado pelos pais no momento do parto parece beneficiar o envolvimento emocional entre o pai e o bebé. Por último é de salientar que o mais importante para o aumento do envolvimento emocional do pai com o bebé, é integrá-lo e envolvê-lo nos cuidados e que os enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia encontram-se numa posição privilegiada para o fazer e parecem ter uma sensibilidade apurada para conseguir o aumento do envolvimento entre os pais e os bebés.
- Estudo de marcadores genéticos de risco na discriminação de doentes oncológicos em risco de desenvolver doença tromboembólicaPublication . Cunha, TeresaRESUMO: Há muito que a trombose foi identificada como uma complicação frequente do cancro e foi descrita como a segunda causa mais comum de morte nos doentes com cancro. Uma vez que as células tumorais activam um grande número de mecanismos hemostáticos, o cancro é um factor pró-trombótico. Para além da neoplasia, também os procedimentos terapêuticos por si só envolvem numerosos marcadores de activação da coagulação. A natureza multifactorial da trombose, nestes doentes torna difícil a definição do risco de trombose. Os numerosos factores de risco identificados nos últimos anos constituem marcadores potencialmente válidos cuja utilidade tem que ser clarificada. Embora sejam muitos os estudos feitos para identificar as causas da trombose nos doentes com cancro, estas ainda são mal conhecidas. Alguns factores de risco relevantes incluem o local do cancro, a utilização de quimioterapia, de cateters centrais ou de hormonoterapia e cirurgia. Apesar do papel dos factores genéticos de risco de trombose estar bem documentado, tem sido menos estudado no contexto dos doentes com cancro. Actualmente é aceite que o Factor V Leiden e a protrombina G20210A são os principais factores genéticos de risco de trombose. Outros polimorfismos como a metilenotetrahidrofolato redutase C677T, o PAI-1 4G/5G e o HPA-1a/1b também têm sido estudados, mas o seu papel é controverso. No entanto, recentes estudos indicam que a clarificação do papel destes polimrfismos na trombose é mais complicada, pela interacção entre si e com factores de risco ambientais. A modulação deste efeito tem sido claramente demonstrado pela interacção entre o Factor V Leiden e a protrombina, assim como entre estes polimorfismos e a terapia hormonal de substituição, sugerindo que a exclusão de polimorfismos do estudo pode conduzir a conclusões erroneas ou, pelo menos, resultar em informação incompleta. O presente estudo pretendeu investigar a utilidade dos polimorfismos genéticos (Factor V Leiden, protrombina G20210A, metilenotetrahidrofolato redutase C677T, PAI-1 4G/5G e HPA-1a/1b) na identificação de doentes com cancro em risco de desenvolverem trombose e na discriminação de doentes com cancro que possam beneficiar de profilaxia antitrombótica. Resultados: Dos doentes oncológicos estudados, um número significativo de doentes com tumores sólidos foram encontrados no grupo de doentes com trombose. Apenas o factor V Leiden e a MTHFR 677T em homozigotia apresentaram uma frequência diferente entre o grupo com trombose e o grupo sem trombose. Foi encontrada uma regressão que relaciona significativamente o factor V Leiden, a protrombina e a MTHFR 677T em homozigotia com a ocorrência de trombose (p<0,001; Odds Ratio= 17.483 (2.162-141.340)). Este índice, utilizado para discriminar os doentes em risco de desenvolverem trombose apresentou uma sensibilidade de 31%, uma especificidade de 97,5%, um valor predizente positivo de 92,9% e um valor predizente negativo de 57%. Conclusão: Este estudo sugere que os factores genéticos de risco devem ser avaliados nos doentes oncológicos, particularmente se forem considerados também no contexto de outros factores de risco presentes nestes doentes. ABSTRACT: Thrombosis has long been identified as a frequent complication of cancer, and has been described as the second most common cause of death in cancer patients. Since tumour cells activate in a number of ways the haemostatic system, cancer is a prothrombotic condition. In addition to the neoplasia, therapeutic proceedings per se are also risk factors predisposing to thrombosis. Despite the extensive studies involving numerous coagulation activation markers, the multifactorial nature of thrombosis in these patients makes their risk of thrombosis still difficult to define. The numerous genetic risk factors identified in recent years constitute potentially useful markers whose value needs to be clarified. Despite extensive studies aiming at the identification of the causes of thrombosis in cancer, these are still poorly understood. The relevant risk factors include the site of cancer, use of chemotherapy and central catheters, surgery and hormone therapy. The role of genetic risk factors in thrombosis has been less well studied in the context of the cancer patient, but is otherwise extensively documented. It is nowadays generally accepted that Factor-V-Leiden and Prothrombin G20210A are major genetic risk factors for thrombosis. Other polymorphisms such as MTHFR C677T, PAI-1 4G/5G and hpa- 1a/1b have also been studied, but their role is controversial. Furthermore, recent reports have indicated that the clarification of the role of these polymorphisms in thrombosis is further complicated by their interaction with each other, and with the environmental risk factors. Modulation of the effect of these polymorphisms has been clearly demonstrated for the interaction of Factor-V with Prothrombin, as well as of these polymorphisms with estrogen replacement therapy, suggesting that exclusion of polymorphic loci from the study, albeit economically sound may lead to erroneous conclusions, or at least result in incomplete information. In the present work we investigated the possible use of genetic polymorphisms (Factor- V-Leiden, Prothrombin G20210A, MTHFR C677T, PAI-1 4G/5G and hpa-1a/1b) in the identification of cancer patients at risk of developing thrombosis. Results: Significantly more solid tumour cases were found in the thrombosis group in comparison with the controls. Only FV-Leiden and homozygous MTHFR were found to be different between the patient and the control group when studied individually. A binary logistic regression was used to derive a genetic risk score. The resulting significant regression (p<0,001; Odds Ratio= 17.483 (2.162-141.340)) used only the number of alleles of Factor-V-Leiden, Prothrombin 20210A and presence of MTHFR 677T homozygosity. This score index was then used to discriminate patients at risk of developing thrombosis yielding a sensitivity of 31%, specificity of 97.5%, Positive Predictive Value of 92.9% and negative predictive value of 57%. Conclusion: Genetic risk factors, if considered as a panel of genetic assays may have a predictive value for thrombosis in oncology patients, particularly if considered in the context of the remaining risk factors.