RN&C: Ano de 2017
Permanent URI for this collection
Browse
Browsing RN&C: Ano de 2017 by Title
Now showing 1 - 10 of 34
Results Per Page
Sort Options
- Adolescência e Abuso de SubstânciasPublication . Cachão, Joana; Oliveira, Inês; Raminhos, IsabelIntrodução: A adolescência é um período de diversas trans-formações, que proporciona novas sensações e experiências, facilitando o uso e abuso de substâncias psicoativas. As intoxi-cações voluntárias neste grupo são uma das causas de recor-rência ao serviço de urgência. Objetivos: Caracterizar os casos de intoxicações voluntá-rias ocorridos em adolescentes, após o alargamento da idade de atendimento no serviço de urgência pediátrica, entre julho de 2011 e junho de 2015.Material e Métodos: Estudo retrospetivo realizado a partir da consulta dos processos informatizados de adolescentes que recorreram ao serviço de urgência pediátrica por intoxicação vo-luntária. Análise de variáveis demográficas, tipos e fatores pre-cipitantes das intoxicações, antecedentes pessoais relevantes, terapêutica e orientação na alta. Resultados: O estudo incluiu 246 adolescentes, 0,64% do total de adolescentes admitidos no serviço de urgência pediá-trica. A maioria (77,2%) apresentava idade compreendida entre os 15 e os 17 anos. As intoxicações alcoólicas (40,2%) e as medicamentosas (39,8%) apresentaram uma frequência seme-lhante. As intoxicações medicamentosas foram significativa-mente mais frequentes no género feminino (p = 0,000). Do total de adolescentes observados, 28,5% eram seguidos em uma ou mais consultas, nomeadamente de Adolescentes, Psicologia e/ou Pedopsiquiatria/ Psiquiatria. Dos restantes, 27,2% foram re-ferenciados para uma primeira consulta no momento da alta e 44,3% não foram referenciados a qualquer consulta.Conclusões: O alargamento da idade de atendimento no serviço de urgência pediátrica permitiu um maior contacto com os comportamentos de risco. A prevenção é fundamental, pelo que urge implementar estratégias de intervenção que incluam responsabilizar a família e a sociedade em geral.
- Aleitamento materno: o que mudou em 12 anosPublication . Romão, Patrícia; Durão, Filipa; Valente, Sandra; Saldanha, JoanaIntrodução: Nas últimas décadas têm-se desenvolvido iniciativas para a promoção e proteção do aleitamento materno (AM). Este estudo pretende avaliar a taxa de manutenção de AM na maternidade e a sua manutenção aos três e aos seis meses de vida, no ano de 2012 num hospital de apoio perinatal diferenciado e comparar os resultados com os obtidos em estudos anteriores, em 2000 e 2003, realizados na mesma instituição. Material e Métodos: Estudo longitudinal prospetivo. Amostra de conveniência dos recém-nascidos internados na maternidade de 1 de fevereiro a 30 de abril de 2012. Recolheram-se dados sociodemográficos, perinatais e determinantes da interrupção do AM, na maternidade, aos três e seis meses de vida e comparam-se com os dados dos estudos realizados em 2000 e 2003 na mesma instituição. Resultados: Incluíram-se 292 díadas mãe/filho. Em comparação com os estudos anteriores, as mães apresentavam uma idade média e nível de escolaridade superior. Relativamente ao estudo de 2000, verificou-se um aumento da percentagem de prematuros, uma redução dos partos por cesariana bem como uma diminuição na administração de leite para lactantes (LPL) e tempo da primeira mamada. Constatou-se um aumento da taxa do AM na maternidade (98%) em comparação ao ano de 2003 (91%). Obtivemos um menor número de respostas aos 3 e 6 meses de seguimento relativamente aos estudos anteriores, mantendo-se o AM, respetivamente em 78,7% e 53,1% dos casos avaliados nestes dois períodos. A hipogaláctia manteve-se a principal causa de aleitamento de substituição. Aos seis meses, a iniciativa da interrupção foi maioritariamente tomada pela mãe. Discussão/Conclusão: Todas as mães que iniciaram o AM na maternidade mantiveram-no até à alta o que representa um incentivo às iniciativas de promoção do AM na maternidade desenvolvidas ao longo dos anos. A redução da administração de leite para lactante e do tempo até início do AM, representaram ganhos na sua promoção. A hipogaláctia manteve-se a principal causa de abandono mas contrariamente aos estudos anteriores a iniciativa da interrupção do AM foi mais frequentemente tomada pela mãe. É premente a criação de políticas e estruturas na comunidade que visem o apoio à manutenção do AM após a alta hospitalar.
- Alteração do estado de consciência: uma causa raraPublication . Amaro, Catarina de Abreu; Jorge, Arminda; Rosado, Luiza; Rodrigues, CarlosIntrodução: Alterações agudas do estado de consciência em crianças representam um desafio diagnóstico pela diversidade de patologias possíveis e gravidade eventualmente associada. Devem-se sobretudo a causas comummente observadas na prática clínica, mas existem causas raras. Caso Clínico: Adolescente de 15 anos admitida no serviço de urgência por desorientação, agitação psicomotora, discurso incompreensível e vómitos incoercíveis. Apresentava-se vigil, desorientada auto e alopsiquicamente, com agitação motora e disartria, apirética e hemodinamicamente estável. Os exames complementares de diagnóstico de imagem cerebral e laboratoriais foram inocentes. Após melhoria clínica com recuperação dos sintomas iniciais, apresentou cefaleias com fono e fotofobia. Teve alta após 48 horas, assintomática, com diagnóstico de enxaqueca confusional aguda. Discussão: A enxaqueca confusional aguda é uma causa rara de alteração do estado de consciência cuja apresentação pode ser aparatosa. Sendo um diagnóstico de exclusão, é importante alertar para esta entidade, de forma a que possa ser considerada no diagnóstico diferencial de uma alteração aguda do estado de consciência.
- Automedicação em idade pediátricaPublication . Belo, Nídia; Maio, Patrícia; Gomes, SusanaA automedicação pediátrica consiste na administração de medicação à criança ou adolescente pelos seus cuidadores, ou pelo próprio no caso de crianças maiores e adolescentes, sem observação médica prévia. Os dados nacionais sobre a prevalência e segurança desta prática são escassos. Este estudo pretendeu avaliar a prevalência de automedicação em idade pediátrica, identificar os fármacos mais utilizados e os principais fatores motivacionais. Foi efetuado um estudo transversal, observacional, descritivo e retrospetivo. Amostra de conveniência obtida através da aplicação de um questionário online de autopreenchimento pelos pais/cuidadores de crianças e adolescentes. Foram obtidos 209 questionários, referentes a crianças e adolescentes até aos 17 anos (mediana dois anos), sem diferença de género. A maioria dos inquiridos (64%) afirmou já ter automedicado os filhos, dos quais 24% no mês anterior ao estudo. A noção de que se trataria de um problema de saúde simples e recomendação da mesma atuação em situação anterior semelhante constituíram os principais fatores motivacionais. Os antipiréticos foram os fármacos mais utilizados (paracetamol em 84,7% e ibuprofeno em 53,1%), verificando-se grande variabilidade na dose administrada. Antitússicos/mucolíticos, antieméticos e antidiarreicos foram utilizados por 26% da amostra. As reações adversas decorrentes da automedicação ocorreram em 1,4% crianças e adolescentes. A prevalência de automedicação encontrada neste estudo foi elevada, resultado consistente com estudos internacionais sobre o tema. Os principais fármacos utilizados são medicamentos não sujeitos a receita médica. Salienta-se a elevada utilização de medicamentos sem eficácia comprovada ou desaconselhados em pediatria. A desadequação da dose administrada ao peso da criança foi um dos fatores de risco identificados no estudo, constatando-se casos com potencial toxicidade. É necessário informar os pais das consequências da automedicação indevida e instruí-los para uma prática responsável.
- Caso dermatológicoPublication . Moreira, Catarina; Pedrosa, Ana; Azevedo, FilomenaDecorrente da melhoria dos padrões de saúde e nutrição, o escorbuto é atualmente menos prevalente, pelo que, nos dias de hoje, é um distúrbio pouco reconhecido na prática médica. Os sinais dermatológicos podem ser a única manifestação e são frequentemente confundidos com outras patologias. O diagnóstico precoce é fundamental já que, quando atempadamente abordado, o seu tratamento é simples e eficaz. Reportamos o caso de uma adolescente cujo diagnóstico de escorbuto foi feito com base no reconhecimento de fatores de risco dietéticos, na presença de manifestações dermatológicas e na rápida resolução das lesões cutâneas com a introdução de vitamina C.
- Caso dermatológicoPublication . Lacerda, Catarina; Ganhão, Inês; Prelhaz, Carolina; Afonso, Paula; Neves, Sérgio; Didelet, CristinaObjetivos: Descrever um caso clínico de apresentação incaracterística da infeção por Parvovírus B19. Este agente é responsável por erupções cutâneas, algumas atípicas, como a síndroma pápulo-purpúrica em “luvas e meias”. Trata-se de uma entidade rara, autolimitada e que evolui espontaneamente para a cura, habitualmente sem sequelas. Descrição do caso: Os autores apresentam o caso de uma criança de seis anos que recorreu ao Serviço de Urgência por lesão eritematosa e edema do segundo dedo da mão progredindo para exantema pápulo-purpúrico perioral, das mãos e pés acompanhado de febre. Evoluiu favoravelmente com regressão total das lesões. Conclusão: Importa considerar este agente etiológico na presença de uma erupção cutânea purpúrica atípica.
- Caso dermatológicoPublication . Mota, Fernando; Machado, Susana; Selores, ManuelaA esclerose tuberosa é uma síndrome neurocutânea, hereditária, autossómica dominante, caracterizada por manifestações pleomórficas envolvendo múltiplos órgãos, incluindo a pele. O diagnóstico de esclerose tuberosa é clínico. As lesões cutâneas mais comuns nestes doentes são: máculas hipopigmentadas, habitualmente com forma elíptica, os angiofibromas, tipicamente envolvendo a região malar e placas de “shagreen”, mais frequentemente localizadas à região inferior do tronco. No caso descrito, a doente foi referenciada à consulta de dermatologia por uma lesão atípica de localização incomum, que demonstra a importância da observação de toda a pele nesta patologia.
- CERVICAL PREGNANCY: DIFFERENT CLINICAL SCENARIOS LEADING TO ITS DIAGNOSISPublication . Galvão, Ana; Gonçalves, Daniela; Moreira, Marta; Gonçalves, Joaquim; Braga, JorgeWe report all the cases of cervical pregnancy managed in our institution in the past ten years. One of them was treated with methotrexate. The other one was the result of in vitro fertilization, leading to an early embryo reduction. The last one was misdiagnosed as an uterine abortion and was submitted to dilatation and curettage with profuse bleeding, uterine perforation and need of laparotomy. As it continues to be a rare condition, the most important step in cervical pregnancy continues to be thinking about the possibility of its occurrence, because if it remains unrecognized it may have an end in an unfavorable outcome.
- Doença de Behçet – um desafio diagnóstico numa adolescentePublication . Fernandes, Helena Maria Ribeiro; Silva, Maria Conceição Santos; Casanova, Gabriela Amorim; Peixoto, Ana Catarina AndradeIntrodução: A Doença de Behçet (DB) é uma vasculite multissistémica, de diagnóstico apenas clínico, e rara em idade pediátrica. Caso Clínico: Adolescente de 17 anos com úlceras aftosas orais de repetição desde há quatro anos, sem outros sinais ou sintomas associados. Hipóteses diagnósticas como infecções, hipovitaminoses, alergia alimentar e doença celíaca foram excluídas. O diagnóstico de DB foi também ponderado, tendo realizado teste de patergia, com resultado negativo. Aos 16 anos, a doente apresenta lesões papulopustulares mentonianas, indistinguíveis de acne vulgar, e aos 17 anos, um episódio de úlceras genitais. Foi referenciada a Reumatologia pediátrica e, perante um provável diagnóstico de DB, iniciou colchicina oral, com redução do número e da recorrência das úlceras aftosas orais. Discussão: A adolescente poderá apresentar critérios suficientes para se diagnosticar DB. Este caso exemplifica a importância do acompanhamento contínuo dos doentes, realça o carácter insidioso de algumas doenças reumáticas e a dificuldade de diagnosticar DB em idade pediátrica.
- Encefalomielite aguda disseminada - série de casosPublication . Gomes, Maria Miguel; Afonso, Ariana; Soares-Fernandes, João; Antunes, Henedina; Barbosa, Céliantrodução: A encefalomielite aguda disseminada (ADEM) é uma doença desmielinizante, tipicamente monofásica, do sistema nervoso central, caracterizada por alterações neurológicas ines-pecíficas e neuroimagem com lesões desmielinizantes multifocais.Objetivos: Descrever dados epidemiológicos, clínicos, labo-ratoriais, imagiológicos, tratamento e evolução de uma coorte pediátrica com diagnóstico inicial de ADEM.Materiais e Métodos: Análise retrospectiva entre 2010-2015 de crianças/adolescentes admitidas em hospital nível II.Resultados: Foram identificados onze casos, com predomí-nio do género masculino e idades entre 8 meses e 16 anos. Sete casos ocorreram no inverno/primavera. Em mais de metade dos casos havia história de patologia infeciosa recente. Sinais neu-rológicos mais frequentes: défices motores, neuropatia craniana e rigidez da nuca. Em todos os casos foram detetadas altera-ções do líquido cefalorraquidiano. Foi estabelecido diagnóstico microbiológico definitivo em duas crianças com vírus Epstein--Barr e diagnóstico provável/possível em duas crianças com infeção prévia por rotavírus e varicela. A ressonância magnética nuclear (RMN) identificou em todos os casos lesões multifocais. Todas as crianças foram submetidas a corticoterapia em altas doses. Em dois casos foi também administrada imunoglobulina humana. Verificou-se ADEM multifásica num caso, após um ano de seguimento. Em dois casos surgiram critérios de esclerose múltipla (EM). A taxa de mortalidade foi nula. Foram constatadas sequelas neurológicas em dois casos. A distinção entre ADEM e EM na altura da sua apresentação inicial permanece, em alguns casos, um desafio.Conclusões: A análise desta série de casos sugere que a pre-sença de infeção esteja associada à etiologia da ADEM. A RMN foi o estudo de escolha para diagnóstico e seguimento. O prognóstico foi excelente. A distinção entre ADEM e EM permanece um desafio.